ESTUDO DA DEGRADAÇÃO FOTOCATALÍTICA DO FÁRMACO CAPTOPRIL PELO COMPÓSITO DE NANOPARTÍCULAS DE TiO2- PERLITA EXPANDIDA
Captopril. Perlita Expandida. TiO2. Degradação Fotocatalítica.
A preocupação com o descarte inadequado de substâncias químicas no meio ambiente vem aumentando nos últimos anos. Os micropoluentes emergentes vêm causando grande impacto na natureza. Dentre essa classe, os fármacos ganham destaque por se tratarem de substâncias biologicamente ativas de difícil degradação pelos sistemas convencionais de tratamento. Técnicas de tratamento são requeridas para tratar esses efluentes. Os Processos Oxidativos Avançados (POAs) podem ser utilizados no tratamento desses poluentes, por se tratar de uma técnica eficaz na mineralização do contaminante. Dentre esses métodos, a fotocatálise heterogênea pode ser utilizada, sendo caracterizada pelo uso de semicondutores como fotocatalisadores. O semicondutor mais utilizado nesse processo é o TiO2, apresentando boa eficiência de degradação. No entanto, o TiO2 pode ser facilmente dispersado dificultando o processo de separação do meio aquoso, precisando ser suportado em algum material. Nesse trabalho, fez-se uso da perlita expandida (PE), um aluminossilicato de origem vulcânica, como material suporte, obtendo-se assim um compósito. O estudo foi realizado com o captopril (CAP), um anti-hipertensivo, caracterizado também como substância teratogênica, podendo causar diversos danos em fetos. A síntese dos compósitos foi baseada na metodologia descrita na literatura. Inicialmente foram realizados testes para verificar o equilíbrio de adsorção, no qual se utilizou 200 mL de solução de CAP em 100 mg de compósito num reator fotocatalítico, sem radiação. Para os testes fotocatalíticos foram mantidas as mesmas condições, porém utilizando-se uma lâmpada de 9 watts no processo de irradiação, sendo os mesmos parâmetros estabelecidos para os testes de fotólise sem o uso do compósito. Os resultados mostram que as técnicas de caracterização utilizadas nesse estudo, FTIR, DRX, FRX, MEV, EDS e análise de tamanho de partículas, comprovaram que nos compósitos sintetizados houve a incorporação do TiO2 na matriz PE. Os ensaios de adsorção/ dessorção mostraram que o tempo de equilíbrio de adsorção para os compósitos na solução do fármaco CAP foi de 30 minutos. Os testes de fotólise e fotocatálise indicaram que o principal efeito entre os dois métodos de degradação é em relação ao tempo de análise. Houve degradação de 32,0 % em 285 minutos para fotocatálise e 26,5 % no tempo de 450 minutos para fotólise, na concentração de 50 mg L-1. Os percentuais de degradação para as concentrações de 50, 40, 30, 20 e 10 mg L-1 foram respectivamente para a fotólise 26,5; 26,3; 26,1; 40,0 e 43,1% e para a fotocatálise nas concentrações de 50, 40, 30 e 20 mg L-1 foram 32,0; 36,0; 38,3 e 41,0%. A degradação frente aos compósitos T-PE-0,3 e T-PE-0,1 mostram que houve uma redução na concentração de CAP de 18,5% para o compósito T-PE-0,3 na concentração de 50 mg L-1 no tempo de 120 minutos e 33,7% para a concentração de 10 mg L-1 no tempo de 90 minutos. Já para o compósito T-PE-0,1, houve uma degradação de 26,3% em 240 minutos para a concentração de 50 mg L-1 e 32,7% para a concentração de 10 mg L-1 no tempo de 120 minutos. O estudo cinético mostrou que a cinética é regida pelo modelo de Langmuir-Heinshelwood. A cinética do sistema foi obtida como sendo de primeira ordem. Os testes de toxicidade mostraram que o CAP apresentou influência negativa na germinação e crescimento das sementes Lactuca sativa, mas os efluentes tratados mostraram desempenho semelhante ao controle positivo. O estudo de custo energético mostrou que o processo é economicamente viável, indicando um valor mínimo de R$ 0,1503 para as concentrações de 40 e 30 mg L-1 na degradação do CAP via fotólise.