DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS QUÍMICOS COM APLICAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
Agentes anticorrosivos biodegradáveis; microemulsões, aditivos naturais, biocombustíveis, produção de tecnologia limpa.
Há poucas décadas a geração de poluentes era entendida como uma consequência inevitável do avanço tecnológico. Em função do agravamento da deterioração ambiental mundial, foram adotadas novas práticas no controle de impactos ambientais que consistem no desenvolvimento de tecnologias limpas. Neste contexto se incluem perdas advindas da corrosão metálica que na indústria de petróleo, representa uma das principais causas de prejuízos econômicos. A utilização de inibidores menos agressivos constitui uma alternativa significativa para o avanço tecnológico sustentável. No presente trabalho avaliou-se a eficácia dos tensoativos biodegradáveis, ácido dodecilbenzeno sulfonato de sódio (DBS) e óleo de coco saponificado (OCS) veiculados em baixas concentrações (12,5 ppm - 75 ppm) em microemulsões (ME), como inibidores de corrosão em aço carbono AISI 1018, em meio salino NaCl 1%. Para tanto, foram empregadas as técnicas Cupom de Perda de Massa (CPM) e Resistência a Polarização Linear (LPR) e o método eletroquímico galvanostático. Os sistemas ME-DBS [microemulsão contendo 30% de C/T (cotensoativo butanol e tensoativo DBS, na razão 1:1), 10% de fase óleo e 60% de água] e ME-DBS-OCS que consta de microemulsão contendo 30% de C/T (cotensoativo butanol e tensoativo, 1% de DBS e 99% de OCS, na razão 1:1), 10% de fase óleo e 60% de meio aquoso salinizado (0,5% - 3,5%) apresentaram, nos métodos avaliados, eficiências máximas na faixa 70,40% - 76,57%. O desgaste de materiais metálicos, como ligas de metais ferrosos, ligas não-ferrosas e elastômeros, provocado pela ação de biodieseis (B100) e suas misturas B7 (70% biodiesel e 30% diesel) obtidos de óleo de soja (Glycine max L. Merrill) e óleo de coco (Cocos nucifera L.), também foi avaliado. Para tanto, ensaios tribológicos HFRR (High Frequency Reciprocating Rig) mostraram que biodieseis derivados de matérias-primas ricas em ácidos graxos insaturados são mais susceptíveis a processos oxidativos e que biodieseis aditivados possuem estabilidade e podem ser melhor utilizados como combustíveis ou como lubrificantes. De forma abrangente, os biodieseis e as misturas biodiesel/diesel, quando comparados ao óleo diesel, geraram menor desgaste em metais de motores de combustão interna com drástica redução de impactos ambientais. Especificamente, observou-se que têm maior viscosidade e formam filmes lubrificantes que separam totalmente as superfícies sob movimento relativo, com consequente redução do atrito e desgaste de materiais.