AÇÃO ANTIOXIDANTE DO LÍQUIDO DA CASTANHA DE CAJU (LCC) E SEUS DERIVADOS SOBRE A DEGRADAÇÃO TERMO-OXIDATIVA DO BIODIESEL
antioxidantes, eletropolimerização, reação eletroquímica
A maior parte da energia consumida no mundo deriva dos combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, tornando-a limitada. A energia é a base fundamental das atividades humanas. Sejam elas, domésticas, comerciais, industriais, produção de alimentos ou agricultura. E, de acordo com a ótica ambiental faz-se necessário reduzir o consumo por combustíveis fósseis e aumentar o uso por combustíveis alternativos. Logo, o biodiesel surge como substituto promissor dos combustíveis fósseis, sendo um biocombustível derivado de oleaginosas ou gorduras animais composto por ésteres alquílicos que podem substituir total ou parcialmente o diesel em motores ciclodiesel. Todavia, quando derivado de oleaginosas é susceptível a degradação oxidativa através de reações mediadas por calor e traços de metais, principalmente na presença de oxigênio. Hoje, a maior parte de todo biodiesel produzido no Brasil deriva da soja, que possui em média 55% ácido linoléico (18:2) e 7,5% de ácido linolênico (18:3) em sua composição, degradando o biocombustível. Este trabalho é um estudo dos antioxidantes derivados do líquido da castanha de caju - LCC técnico, com intuito de utilizá-los diretamente como antioxidantes no biodiesel, a fim de melhorar sua estabilidade frente à oxidação. Realizou-se a extração dos componentes do LCC técnico e síntese dos antioxidantes via eletroquímica, que posteriormente foram caracterizados através de técnicas clássicas como FT-IR, RMN 1H e 13C, CG-MS, eletroquímicas, TG/DTG. Os resultados mostraram que são antioxidantes de baixo custo de produção, solúveis em biodiesel, possuem alta estabilidade térmica, em torno de 220 °C, assim como alta estabilidade termo-oxidativa, realizada no rancimat, com potenciais de indução superior às 7h, tornando-os promissores e opções efetivas de serem utilizados como aditivos em biocombustíveis. Através das técnicas eletroquímicas verificou-se que o material apresenta uma adsorção irreversível sobre o eletrodo de platina utilizado. Além de um pico anódico na primeira varredura e ainda uma oxidação irreversível com um potencial característico da atividade antioxidante aproximadamente em 1,0V.