APLICAÇÃO DE NANOPARTÍCULAS EM FLUIDOS DE PERFURAÇÃO DE ALTA PERFORMANCE
HPAM, bentonita, nanopartículas, fluido de perfuração.
Neste trabalho, foi investigado o efeito da adição de poliacrilamida parcialmente hidrolisada (HPAM) e bentonita nas propriedades físico-químicas de fluidos de perfuração aquosos. Duas formulações foram avaliadas: a formulação F1, que foi utilizada como referência, contendo carboximetilcelulose (CMC), óxido de magnésio (MgO), calcita (carbonato de cálcio – CaCO3), goma xantana, cloreto de sódio (NaCl) e triazina (bactericida); e a formulação F2, contendo HPAM em substituição à CMC e bentonita em substituição à calcita. Os fluidos preparados foram caracterizados quanto às propriedades reológicas, lubricidade e volume de filtrado. Para subsidiar a análise das propriedades físico-químicas dos fluidos, os polímeros e os minerais (calcita e bentonita) também foram caracterizados pelas seguintes técnicas: termogravimetria/ análise térmica diferencial (TG/DTA), espectroscopia na região do infravermelho (IV), difração de raios X (DRX), microscopia de varredura eletrônica (MEV) e granulometria. A formulação F2 apresentou controle de filtração à temperatura de 200 oF, enquanto a F1 apresentou filtração total. O coeficiente de lubricidade da formulação F2 foi 0,1623 e o da F1 0,2542, acarretando uma redução de torque de 25% para F1 e de 52% da F2, comparado à água. Na temperatura de 120 °F e taxa de cisalhamento 1022 s-1, as viscosidades aparentes foram 48 e 25,5 cP para as formulação F2 e F1, respectivamente, evidenciando maior resistência térmica para F2. Com a comprovação da maior estabilidade térmica de F2, um planejamento fatorial foi realizado, a fim de determinar as concentrações de HPAM e de bentonita de melhor desempenho nos fluidos. O planejamento estatístico gerou superfícies de resposta indicando as melhores concentrações de HPAM (4,3 g/L) e de bentonita (28,5 g/L) para se alcançar propriedades melhoradas dos fluidos (viscosidade aparente, viscosidade plástica, limite de escoamento e volume de filtrado) com 95% de confiança, assim como as correlações entre esses fatores (concentrações de HPAM e bentonita). Os testes de envelhecimento térmico indicaram que as formulações contendo HPAM e bentonita podem ser utilizadas à temperatura máxima de 302 °F. As análises do reboco formado após filtração dos fluidos por Difração de Raios X e Espectroscopia de Infravermelho com transformada de Fourrier – FTIR indicaram interações específicas entre a HPAM e a bentonita, justificando a maior estabilidade térmica do fluido F2 comparado ao F1, que suporte temperatura máxima de 302 oF.