O campo e o jogo: uma história do estádio Castelão (1963-1991)
Castelão, futebol potiguar, espaço do futebol, mercadorização e massificação
O trabalho tem por objetivo analisar o planejamento, a construção e os usos do estádio Presidente Castelo Branco (Castelão), inaugurado em Natal, capital do Rio Grande do Norte, em 1972. Utiliza como principais fontes documentais os jornais impressos A República, Tribuna do Norte e Diário de Natal; fotografias das décadas de 1960, 1970 e 1980 e, finalmente, uma entrevista com Moacyr Gomes da Costa, arquiteto responsável pela construção do Estádio Castelão. Procura entender as mudanças e permanências advindas com a construção desse estádio para história do futebol e da cidade. Articula no corpo do texto a inauguração do estádio com o processo de mercadorização e massificação do futebol norte-rio-grandense, que ocorreu a partir da década de 1970. Indica os lugares onde se praticava o futebol em Natal antes da construção de um estádio e analisa as necessidades históricas que conduziram à edificação de uma praça esportiva. Discute a transformação das partidas de futebol em espetáculos lucrativos, que passaram a envolver grandes interesses econômicos. Investiga como políticos potiguares se utilizaram dos estádios de futebol como mecanismo de legitimação e concretiza esse debate com as atuações de Djalma Maranhão e de Cortez Pereira, que em tempos diferentes utilizaram esse mecanismo. Pesquisa os elementos que favoreceram a popularização vivenciada pelo futebol potiguar a partir da década de 1970, o papel da imprensa esportiva nesse processo e o surgimento das torcidas organizadas.