Maranhão e Grão-Pará; Formação do Piauí colonial; Fronteira interna; Sertão.
O presente trabalho tem por objeto entender como ocorreu o processo de ocupação do espaço do Estado do Maranhão e Grão-Pará, sobretudo, a parte que se tornou o Piauí. Nesse sentido, o objeto de pesquisa é o espaço a se conquistar, levando em conta a atuação dos agentes coloniais e de como a coroa portuguesa lidava com isso. Para tanto, parte-se, notadamente, de uma análise do contexto histórico e do entendimento dessas fronteiras, focando na região próxima ao rio Parnaíba, em virtude deste ter sido um dos últimos espaços a ser povoado e o que teve mais forte interesse de diferentes Estados. Ademais, durante as últimas décadas do século XVII existiu a preocupação com a ocupação da parte oriental do Maranhão devido aos ataques de índios do corso aos engenhos e fazendas próximas dos rios. A pesquisa terá como aporte teórico os conceitos de fronteira interna, de Márcio Roberto Alves dos Santos (2010) e fundos territoriais, desenvolvido por Robert de Moraes (2001), para compreender como ocorria a ocupação e como eram descritos esses espaços que ficavam entre os territórios com ocupação lusa. As principais fontes analisadas são: A Jornada de João Velho do Valle, 1687; Descrição do sertão do Piauí remetida ao IHmº e Rmº Senhor Frei Francisco de Lima, bispo de Pernambuco, 1697 ; Memória de Domingos Gomes sobre a descrição das fazendas existentes no Piauí. Além disso, o trabalho conta com requerimentos, consultas e cartas, disponibilizados pelo Projeto Resgate, pertencentes ao acervo do Arquivo Histórico Ultramarino e o Anais da Biblioteca Nacional, acessado através do Livro Grosso do Maranhão, dentre outros.