TURISMO, TERRITÓRIO E DESENVOLVIMENTO: UM OLHAR A PARTIR DO ARQUIPÉLAGO DE BAZARUTO – MOÇAMBIQUE
Turismo. Território. Desenvolvimento. Arquipélago de Bazaruto. Moçambique.
No mundo atual, o fenômeno turístico atua sob o sistema de reprodução capitalista, associada à aceleração de investimentos internacionais que concentram, e ao mesmo tempo difundem, a circulação de bens e serviços, pessoas, informações e capital. Diante disso, a dinâmica territorial obedece às relações de interesse abarcadas pelas projeções exógenas. Portanto, essa pesquisa se propõe estudar o processo turístico no território do Arquipélago de Bazaruto em Moçambique considerando o papel do turismo e a necessidade de melhorias das condições de vida da comunidade local, sobretudo no tocante às materialidades das políticas públicas do turismo em prol do desenvolvimento territorial. A presente pesquisa se baseia em uma abordagem qualitativa mediante o contato direto e interativo da pesquisadora com os sujeitos da pesquisa. A análise bibliográfica abrange um debate sobre a expansão do turismo que se assinala sob efeitos da produção de capital. Assim, se apoia em autores como Sen (2010) e Max-neef (1998), que concebem o desenvolvimento pautado na valorização das pessoas e de grupos sociais por meio da expansão de capacidades humanas individuais e coletivas. Os resultados evidenciam que o turismo como um fenômeno socioespacial sob a égide do mercado internacional propicia a apropriação do território pelas grandes corporações. Em vista disso, nem todos os territórios se desenvolvem igualmente, visto que a prioridade e as particularidades de cada território são primordiais, logo se circunscrevem pelos marcos socioeconômicos distintos do lugar, sendo necessário considerar as relações de poder tecidas e as políticas públicas. As empresas se manifestam de forma hegemônica, além de dispor de uma base técnica na qual se incrementam as intencionalidades visando à acumulação de capital, conduzindo ao agravamento da segregação socioespacial e via de regra ao aumento da vulnerabilidade da população autóctone.