ANÁLISE DO MOVIMENTO FUNCIONAL DO MEMBRO SUPERIOR NA ATIVIDADE DE BEBER ÁGUA DE ACORDO COM O LADO DA HEMIPARESIA EM PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL.
Acidente Vascular Cerebral, reabilitação, cinemática, extremidade superior.
Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) acarreta diversos distúrbios neurológicos que comprometem a funcionalidade dos pacientes. Objetivo: Realizar uma análise do movimento funcional do membro superior na atividade de beber água, a fim de identificar alterações motoras de acordo com o lado da hemiparesia. Métodos: A amostra foi constituída por 12 pacientes com AVC, 6 com hemiparesia direita (PD) e 6 com hemiparesia esquerda (PE), e 12 indivíduos saudáveis, destes 6 fizeram a atividade com a mão direita (SD) e 6 com a mão esquerda (SE). Os participantes foram submetidos à avaliação cinemática da atividade de beber água pelo Qualisys System, a qual incluía alcançar e pegar o copo, levar até a boca, retornar o copo à mesa e voltar a mão à posição inicial. Foram calculados os ângulos do ombro e cotovelo ao longo dos frames (frações de tempo). Para análise dos dados foi utilizado o teste t-Student e o teste de correlação de Pearson. Resultados: Verificou-se diferença significativa entre PD e PE nos ângulos do ombro nos frames de 9 a 14 (p<0,05), correspondente a fase inicial de alcançar o copo, e no frame 91, no final do retorno do copo à mesa (p=0,039), com o grupo PE apresentando menor angulação. Não houve diferença entre os grupos PD e PE nos ângulos do cotovelo (p>0,05) e nos ângulos do ombro entre SD e SE (p>0,05). Foi observada diferença significativa nos ângulos do cotovelo entre SD e SE nos frames 22 a 31 (p<0,05), com o grupo SD apresentando maior angulação na fase de alcance do copo. Diferentes padrões de correlação foram observados entre os ângulos do ombro e do cotovelo dos pacientes PD e PE, o que demonstra comprometimento do controle motor e da coordenação motora em fases específicas da atividade de beber água. Conclusão: A análise do movimento funcional do membro superior deve levar em conta as alterações motoras de acordo com o hemicorpo afetado, sugerindo a necessidade de um planejamento adequado da neurorreabilitação.