Aspectos biomecânicos integrados de ombro, coluna vertebral e quadril em indivíduos com e sem dor no ombro
dor musculoesquelética, mobilidade, resistência física, equilíbrio postural.
A dor no ombro é um sintoma de origem multifatorial que pode estar relacionado a estruturas que compõe a cadeia cinética. O objetivo geral dessa tese é analisar as relações entre o ombro e a cadeia cinética referentes à mobilidade articular, resistência muscular e controle neuromuscular de indivíduos com e sem dor no ombro. Participaram do estudo 102 indivíduos (51 com e 51 sem dor no ombro) sedentários ou irregularmente ativos. Foram avaliados a amplitude de movimento (ADM) e o tempo de resistência muscular da coluna cervical, toracolombar e quadril, e o controle neuromuscular dos membros inferiores por meio do teste Star Excursion Balance Test - SEBT. Os resultados desta tese são apresentados em três estudos: 1 - Alterações motoras na cadeia cinética em indivíduos com dor crônica no ombro; 2 - Avaliação da mobilidade articular e da resistência muscular da coluna cervical e sua capacidade discriminativa para dor no ombro; e 3 - Fatores relacionados à resistência dos músculos periescapulares na dor no ombro. O estudo 1 verificou que, de modo geral, os indivíduos com dor no ombro apresentaram uma menor ADM em todos os movimentos avaliados, reduzido tempo de resistência dos músculos da coluna toracolombar e quadril; e menor controle neuromuscular dos membros inferiores nos lados ipsilateral e contralateral à dor. Uma maior percepção dolorosa foi verificada nos indivíduos com dor durante todas as avaliações de ADM e resistência muscular. Além disso, o controle neuromuscular no alcance anterior do membro contralateral ao ombro doloroso apresentou capacidade excelente de discriminar indivíduos com dor no ombro. No estudo 2 foram observadas uma redução da ADM e do tempo de resistência dos músculos da coluna cervical, com aumento da percepção dolorosa das regiões avaliadas. A mobilidade em flexão e rotação cervical contralateral e a resistência dos flexores laterais ipsilaterais demonstram habilidade aceitável para discriminar indivíduos com dor no ombro. No estudo 3, observou-se uma correlação positiva entre a resistência dos músculos periescapulares e os da cadeia cinética (coluna e quadril). A resistência dos extensores cervicais, extensores toracolombares, abdutores do quadril bilaterais e extensores do quadril contralaterais à dor do ombro explicaram a variação da resistência dos músculos periescapulares. A idade, tempo e intensidade da dor, função do ombro e as resistências dos flexores e flexores laterais toracolombares não apresentaram correlações significativas com a resistência dos músculos periescapulares. Nossos resultados mostram a importância de analisar os elementos da cadeia cinética na abordagem fisioterapêutica de indivíduos com dor crônica no ombro, sinalizando que fatores como hipersensibilização central e interdependência regional podem interferir nessas interrelações biomecânicas.