Efeitos da estimulação elétrica neuromuscular na dor femoropatelar: ensaio controlado randomizado
eletromiografia; fisioterapia; joelho; músculo quadríceps
Introdução: A Dor Femoropatelar (DFP) é uma disfunção musculoesquelética debilitante e bastante frequente, que afeta a funcionalidade e pode comprometer a realização das atividades de vida diária. Essa condição acomete sobretudo, a população feminina e o tratamento apresenta-se controverso. Objetivo: comparar os efeitos da adição da estimulação elétrica neuromuscular (EENM) a um programa de exercícios terapêuticos com ênfase nos grupos extensores do joelho e abdutores do quadril, em mulheres com DFP. Métodos: Trata-se de um ensaio controlado randomizado, no qual 34 mulheres com DFP, com média de idade 23,8 (DP 4,1), foram distribuídas aleatoriamente em 2 grupos: exercícios associados a EENM (GEE) e exercícios (GEx). O GEx realizou um protocolo de exercícios voltados para o treinamento dos extensores do joelho e abdutores de quadril, enquanto o GEE realizou os mesmos exercícios, porém associados à EENM. As intervenções foram realizadas em ambos os grupos, duas vezes por semana, durante oito semanas, totalizando 16 sessões de tratamento. A medida de desfecho primário foi a intensidade da dor. As medidas de desfecho secundário incluem limitações funcionais, atividade eletromiográfica do vasto medial oblíquo (VMO), vasto lateral (VL), glúteo médio (GM) e desempenho muscular isocinético dos extensores do joelho e abdutores do quadril. Esses parâmetros foram mensurados 72h antes do início da intervenção (linha de base), após 4 semanas (avaliação 4 semanas), após 8 (avaliação 8 semanas) e após 16 (avaliação 16 semanas- follow-up). Resultados: Não observamos diferença significativa entre os grupos avaliados com relação as variáveis de intensidade da dor, limitações funcionais, atividade eletromiográfica, desempenho isocinético dos extensores do joelho e desempenho isocinético dos abdutores do quadril (p>0,05). Evidenciamos diferença significativa na comparação intragrupo para a intensidade da dor (p<0,01; F=42,9; ηp2=0,57) e limitações funcionais (p<0,01; F=43,0; ηp2=0,57), em ambos os grupos. Conclusão: A EENM não demonstrou efeitos adicionais significativos que justifiquem a sua associação a exercícios no tratamento da DFP. Contudo, os exercícios terapêuticos propostos foram eficazes na redução da dor e melhora das limitações funcionais, com efeito residual que se manteve após oito semanas do término do tratamento.