Efeitos do exercício isométrico na dor, função e controle neuromuscular de pacientes com tendinopatia do manguito rotador
Manguito rotador. Eletromiografia. Cinemática. Exercício Isométrico.
CONTEXTUALIZAÇÃO: Disfunções nos tendões do manguito rotador, tanto sintomáticas quanto assintomáticas, têm uma alta prevalência na população em geral. O tratamento conservador, baseado em intervenção fisioterapêutica, é indicado para o tratamento das tendinopatias e rupturas do manguito rotador, especialmente o treinamento resistido. Dentre as diversas formas de resistência, os exercícios excêntrico e concêntrico têm se mostrado eficazes para a melhora da função geral do ombro, e poucos estudos têm sido desenvolvidos avaliando os efeitos do exercício isométrico na tendinopatia do manguito rotador (MR). OBJETIVOS: O objetivo desse estudo foi caracterizar os efeitos de um protocolo de exercícios isométricos do MR associado a exercícios de alongamento e fortalecimento dos músculos escapulares, na dor, função e controle neuromuscular do ombro e a relação em indivíduos com tendinopatia do MR. DESCRIÇÃO DO CASO: Onze pacientes diagnosticados com tendinopatia de MR participaram do estudo e realizaram uma intervenção de 6 semanas com um protocolo de exercícios isométricos do MR e exercícios de alongamento e fortalecimento dos músculos escapulares. As avaliações da dor, força muscular isométrica, atividade eletromiográfica e o ritmo escapulo umeral foram realizadas antes da intervenção, imediatamente após e 6 semanas após o início da intervenção. RESULTADOS: Houve melhora da dor e da função geral do ombro, avaliadas por meio dos questionários Penn Shoulder Score (PSS) e The Western Ontario Rotator Cuff Index (WORC) e aumento da força muscular isométrica para elevação, rotação lateral e medial do ombro. Além disso foi observado um aumento na atividade eletromiográfica dos músculos serrátil anterior e infraespinhal, ambos durante a elevação isométrica do ombro, porém nenhuma diferença foi encontrada para a rotação lateral e medial. Não foram encontradas diferenças na atividade eletromiográfica dos demais músculos avaliados (deltóide médio e trapézio inferior) em nenhum dos movimentos avaliados, assim como também não houve diferença no ritmo escapulo umeral após a intervenção de 6 semanas. CONCLUSÕES: O protocolo de exercícios isométricos do MR associado a exercícios de alongamento e fortalecimento dos músculos escapulares foi efetivo na melhora da dor e função geral, aumento da força isométrica do ombro e da atividade eletromiográfica dos músculos serrátil anterior e infraespinhal.