EFEITOS DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDÍACA NAS VARIÁVEIS INDEPENDENTES DO ESFORÇO MÁXIMO EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA.
Insuficiência cardíaca, reabilitação cardíaca, exercício aeróbico.
Os efeitos da Reabilitação Cardíaca (RC) em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) crônica são avaliados por mudanças na captação de oxigênio no pico do esforço (VO2pico). No entanto, apresenta limitações, como a necessidade de exercício máximo, o que não é possível em pacientes severamente limitados. Dessa forma, outras variáveis por serem empregadas independentes do esforço máximo tem sido estudadas como o Liminar Anaeróbico - LA, relação entre o ventilação minuto e a produção de dióxido de carbono -VE/VCO2Slope, eficácia de consumo de oxigênio – OUES e Oscilação ventilatória – OV e para avaliar os efeitos do exercício físico, além do emprego dessas variáveis somadas a outras variáveis do TECP que possam ser usadas em conjunto e fornecer dados clínicos importantes sobre o paciente como a estratificação de risco. Objetivo: Avaliar os efeitos da RC nas variáveis independentes do esforço máximo (LA, VE/VCO2slope, OUES e a OV), estratificação de risco e do equivalente metabólico da tarefa em pacientes com IC crônica. . Materiais e métodos: Trata-se de uma análise retrospectiva composto por pacientes com IC crônica. Os indivíduos foram submetidos a uma avaliação clínica, espirométrica de cardiopulmonar. Em seguida foram submetidos a um protocolo de exercícios (aeróbicos e resistidos), 3 vezes/semana, por 12 semanas, sendo reavaliados ao final do período de RC. Resultados: Foram avaliados 45 pacientes com IC crônica com média de idade de 49,8±12,97 anos e Fração de Ejeção de 39,0±15,8%. Foi identificado um aumento de 2 min e 4 segundo (p<0,001) na sua média e 24,1% no MET. Quanto a análise metabólica tivemos crescimento de 18,3% no VO2pico após a RC, bem como aumento de 12,9 % VO2 no momento do LA e de 20,14% no OUES75%, além da redução da média do VE/VCO2slope e da presença de OV, o que gerou melhoria de estratificação de risco de 4 pacientes. Além disso, os resultados das curvas ROC mostraram que o OUES é capaz de identificar pacientes com IC crônica grave com diferentes capacidades aeróbicas (<ou>70% VO2predito) como o LA (ASC=0,865,p=<0.0001;ASC= 0,800, p= 0.002 respectivamente), além de não haver diferença significativa na comparação entre as curvas de característica de operação do receptor (ROC). A análise da regressão identificou fatores cardiovasculares e pulmonares relacionados a ambas variáveis. Conclusão: Conclui-se que a RC com uma dose de exercício individualizada e reajustada sempre que necessário foi eficiente em melhorar a capacidade aeróbica e estratificação de risco do paciente com IC crônica e que as variáveis independentes do esforço máximo foram eficazes em identificar esses resultados. Logo, são uma alternativa para aqueles em que a avaliação do VO2pico pode estar prejudicada pela sua condição clínica. Dentre as variáveis independentes do esforço o OUES foi tão eficaz quanto o VO2LA para identificar pacientes com capacidades aeróbicas distintas. Logo, as variáveis independentes do esforço são uma alternativa para aqueles em que a avaliação do VO2pico pode estar prejudicada pela sua condição clínica.
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