CRIOTERAPIA COMBINADA A ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA DE BAIXA FREQUÊNCIA (BURST) EM PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA NÃO ESPECÍFICA: ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO, RANDOMIZADO E CEGO
Dor Lombar crônica, Crioterapia, Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea e Analgesia.
Introdução: A dor lombar crônica (DLC) é definida por dor persistente ocorrendo na maioria dos dias e que permanece por mais de 3 meses. Muitas condições patológicas podem ocasionar o surgimento dessa dor, porém a grande maioria dos casos de DLC não apresentam alterações anatomopatológicas ou radiológicas. Dentre os recursos não farmacológicos para o tratamento deste distúrbio há os recursos eletrofísicos, como por exemplo, a Crioterapia e a Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) no modo Burst. Objetivo: Observar a influência da combinação: Crioterapia e TENS Burst na sensação dolorosa, capacidade funcional e qualidade de vida de pacientes com dor lombar crônica não específica. Materiais e métodos: Trata-se de um ensaio clínico controlado, randomizado e cego, realizado no Hospital Universitário Onofre Lopes. Participaram do estudo 44 indivíduos de ambos os sexos, divididos aleatoriamente em quatro grupos: grupo controle-placebo (gCP), grupo Crioterapia (gCrio), grupo TENS-Burst (gTENSb) e Crioterapia + TENS Burst (gCrioTENSb). Todos os sujeitos foram submetidos às medidas de avaliação da: Dor por meio da Escala Visual Analógica (EVA) e limiar de dor por pressão pelo Algômetro; Capacidade funcional pelo questionário de Roland-Morris (RM) e o Teste de sentar e levantar; Qualidade de vida pelo questionário SF 36; além da sensação de prazer/desprazer da intervenção pela Felling Scale. A dor foi avaliada antes e imediatamente após a primeira sessão, após a semana 1, Semana 2, semana 3 e após 48 h da semana 3 do protocolo. A capacidade funcional e qualidade de vida foram avaliadas antes e 48h após o fim do protocolo, nesse ultimo dia de avaliação também foi avaliada a sensação prazer/desprazer. O protocolo de intervenção foi de 40 minutos, sendo 10 minutos de educação sobre a doença e 30 minutos de intervenção: Crioterapia, TENS placebo ou Burst, ou a combinação dos recursos dependendo do grupo alocado. Os dados foram analisados através do software estatístico SPSS 20.0 atribuindo-se o nível de significância de 5% e apresentado em média e desvio padrão. O teste de Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para testar a normalidade dos dados. Como os dados apresentaram distribuição normal, foi realizado o teste ANOVA one-way para avaliação da linha de base entre os grupos (dados iniciais) e a feeling scale, ANOVA mista entre os quatro grupos estudados ANOVA (gCP, gCrio, gTENSb e gCrioTENSb) nas duas avaliações. A ANOVA de medidas repetidas para a sensação dolorosa, temperatura da pele e intensidade da estimulação elétrica. Resultados: Não houve diferença estatística entre os grupos na EVA, Limiar de dor por pressão, RM, teste sentar e levantar, SF-26 e Felling Scale (p>0,05). Conclusão: Este estudo mostrou que todos os grupos obtiveram melhora: da dor imediatamente após a primeira sessão e pós o protocolo de tratamento, da capacidade funcional, domínios da qualidade de vida e felling scale pós o protocolo de tratamento sem diferença entre os grupos em pacientes com DLC não específica.