Efeitos do treinamento da prática mental associada à prática física na marcha em indivíduos com doença de Parkinson: protocolo para ensaio clínico randomizado
Doença de Parkinson; Reabilitação; Protocolos; Distúrbios neurológicos da marcha.
Introdução: A prática mental (PM) é considerada uma estratégia cognitiva que possibilita o treino mental sequencial de uma dada tarefa motora, sem que haja sua execução física. Esta prática vem sendo usada na reabilitação de vários tipos de desordens neurológicas e tem mostrado efeitos positivos no planejamento e na aprendizagem motora. Indivíduos com Doença de Parkinson (DP), em geral, apresentam alterações neurofisiológicas, motoras e cognitivas, uma vez que, com a progressão da doença, necessitam de estratégias externas para auxiliar na organização neuronal e motora. A PM tem se mostrado como uma dessas estratégias, porém, ainda não há na literatura evidências claras sobre sua real aplicabilidade em indivíduos com DP. Com isso, tem surgido a necessidade de criar protocolos de treinamento eficazes e completos, a fim de direcionar e introduzir as melhores abordagens terapêuticas na prática clínica para otimizar o processo de reabilitação de indivíduos com DP. Objetivo: Elaborar um protocolo de treinamento de PM associada à PF na marcha e verificar sua adequação e aplicabilidade em indivíduos com DP. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico controlado, randomizado, simples-cego, com 40 indivíduos com DP, entre 45 e 75 anos, sem déficit cognitivo, na fase leve a moderada da doença e com capacidade de gerar imagem mental. Todos os participantes serão avaliados quanto ao nível cognitivo, nível de incapacidade física, nitidez da imagem mental, mobilidade e variáveis cinemáticas da marcha (espaços temporais e angulares). Os participantes serão distribuídos aleatoriamente em grupo experimental (GE) e grupo controle (GC). O GE realizará a prática mental e a prática física da marcha, enquanto o GC realizará apenas a prática física da marcha. Serão realizadas 12 sessões de treinamento de, no máximo, 1 hora cada, 3 vezes por semana, durante 4 semanas. Os pacientes serão reavaliados um dia e sete dias após a última sessão de treinamento, no que diz respeito as variáveis cinemáticas da marcha e a mobilidade. A normalidade na distribuição dos dados será verificada por meio do teste Shapiro-Wilk. Uma ANOVA para medidas repetidas (2x3) verificará a interação entre os grupos nos momentos observados. Resultados: Nos achados preliminares não houve diferenças significativas entre os grupos. Foi observada diferença intragrupo (GE) com relação ao tempo total de apoio e balanço, tempo de duplo suporte, tempo de apoio e balanço do membro mais acometido. Conclusão: O protocolo inicial de PM associada à PF na marcha de indivíduos com DP não se mostrou viável.