EFEITOS AGUDOS DA PRESSÃO EXPIRATÓRIA POSITIVA SOBRE A HIPERINSUFLAÇÃO DINÂMICA EM PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Mecânica Respiratória, Exercício.
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença comum, prevenível e tratável, caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e limitação ao fluxo aéreo, devido a alterações nas vias aéreas e nos alvéolos causadas por exposições significativas a partículas e gases nocivos. A limitação ao fluxo aéreo pode reduzir a capacidade de expiração do paciente, tendo como consequência a hiperinsuflação pulmonar, que quando na existência de uma demanda ventilatória e metabólica elevada, denomina-se hiperinsuflação dinâmica (HD). A Pressão Positiva Expiratória (EPAP – Expiratory Positive Airway Pressure) poderia ter potencial para minimizar ou prevenir a HD. Atualmente é possível mensurar com maior precisão o efeito da EPAP sobre a HD por meio da Pletismografia Optoeletrônica (POE). Objetivos: O objetivo do estudo é avaliar os efeitos agudos da EPAP sobre a HD em pacientes com DPOC submetidos ao exercício físico. Metodologia: Foram recrutados 18 pacientes, sendo excluídos 4, totalizando uma amostra final de 14 pacientes (7 homens e 7 mulheres). Trata-se de um estudo analítico do tipo observacional, cross-over de caráter transversal com pacientes com diagnóstico clínico de DPOC e obstrução ao fluxo aéreo de moderada a grave. Os pacientes foram avaliados em três momentos; momento 1: função pulmonar, força muscular respiratória, Perfil de atividade humana (PAH), Escala Medical research council (MRC), Teste de capacidade de exercício – Incremental Shuttle Walking Test (ISWT); e nos momentos 2 e 3: volumes da parede torácica (POE) durante o protocolo de exercício com carga constante com e sem o uso da EPAP, com resistência graduada em 7,5 cmH2O, com ordem de execução aleatória. Resultados: Nas analises intragrupos foi observado aumento significativo dos volumes de todos os compartimentos da parede torácica no grupo EPAP, e apenas dos compartimentos Caixa Torácica Abdominal (Rib cage abdominal - Rca) e Abdome (Abdomen - Ab) no grupo placebo, durante o exercício. Houve diminuição estatisticamente significante nos tempos inspiratório (Ti), expiratório (Te) e tempo total (Ttot) durante o exercício no grupo placebo, e aumento significativo da velocidade de encurtamento dos músculos inspiratórios e expiratórios tanto no grupo EPAP quanto no placebo, durante o exercício. Nas análises intergrupos observamos a diminuição significativa dos tempos (Ti, Te e Ttot) no grupo placebo, adicionalmente a diminuição significativa da velocidade de encurtamento (ΔVab/Ti) no grupo EPAP. Foram observados um menor tempo total de exercício e um maior relato de dispneia (BORG) ao final do exercício no grupo EPAP. Conclusão: O uso da EPAP durante o exercício não promoveu redução no desenvolvimento da HD.