Banca de DEFESA: ELIELTON PEDROZA DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ELIELTON PEDROZA DOS SANTOS
DATA : 01/03/2024
HORA: 16:00
LOCAL: Híbrida: Sala 402 - PGTEC/CT/UFRN (PRESENCIAL) e https://meet.google.com/xku-outr-npz (REMOTA)
TÍTULO:

A atividade do técnico de enfermagem durante o processo cirúrgico de um hospital público de trauma de Natal/RN: uma contribuição da Ergonomia para a melhoria da segurança do paciente


PALAVRAS-CHAVES:

Ergonomia. Segurança do paciente. Eventos adversos. Enfermagem. Cirurgia.

 


PÁGINAS: 160
RESUMO:

Os eventos adversos (EAs) estão cada vez mais no centro das preocupações das políticas públicas de saúde em todo o mundo, pois este tipo de ocorrência não é raro e tem acometido muitos pacientes. No Brasil, de 2006 a 2022, ocorreram 1.783 EAs relacionados à intervenção cirúrgica, com mais de 92% destes eventos classificados com maior risco ao paciente (classes III e IV), de acordo com a ANVISA. No Rio Grande do Norte, de 2013 a 2022, os EAs por causa da intervenção cirúrgica corresponderam a 1,92% do total de notificações. Diante do aumento de EAs cirúrgicos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou o segundo Desafio Global para a Segurança do Paciente (SP) em 2008, com o tema “Cirurgias Seguras Salvam Vidas”, direcionada à segurança da assistência cirúrgica. Este estudo tem por objetivo geral analisar a relação existente entre os contrantes e as variabilidades incidentais e a ocorrência de eventos adversos com os pacientes durante os processos cirúrgicos em um hospital público de trauma, as estratégias adotadas e as regulações realizadas pelos técnicos de enfermagem para prevenir os eventos adversos ou mitigar seus impactos. Metodologicamente, foram realizadas pesquisas bibliográficas, análise documental e pesquisa de campo. Para a pesquisa de campo, foi utilizado o método situado e participativo da Análise Ergonômica do Trabalho (AET), por meio do qual foram aplicadas técnicas interacionais e observacionais, auxiliadas por registros fotográficos e de filmagem, com foco na atividade do técnico de enfermagem durante o processo de assistência cirúrgica. Isto possibilitou identificar as seguintes evidências relativas à atividade do técnico de enfermagem (instrumentador cirúrgico e circulante de sala) na realização da assistência cirúrgica, entre outras: a) determinantes da atividade: falta de capacitação em SP, falta de manutenção e reposição dos equipamentos/instrumentais, déficit de profissionais, comunicação ineficaz ou ausente; b) contrantes físicos: dificuldade em transportar as macas e camas hospitalares devido a existência de alguns pisos com rachaduras, além do risco de ocorrência de acidentes com o paciente e o profissional; macas e camas hospitalares com rodízios e barras de proteção danificadas, exigindo maior emprego de força pelos profissionais e com risco de queda dos pacientes, além de colchões rasgados e com espuma danificada, acarretando desconforto ao paciente; c) contrante temporal: dificuldade do profissional em usufruir de pausas no trabalho devido à alta demanda de pacientes no centro cirúrgico (CC); d) variabilidades incidentais: quebra do carrinho de anestesia, da mesa cirúrgica e outros equipamentos durante as cirurgias, o que provoca atrasos cirúrgicos ou necessidade do uso da ventilação de resgate com ambu; instrumentos cirúrgicos antigos, desgastados e com avarias, dificultando a instrumentação cirúrgica, o que provoca atrasos cirúrgicos e pode aumentar o tempo de anestesia. Para garantir a eficiência da atividade e prevenir os EAs e mitigar seus danos, os técnicos realizam, constantemente, regulações na atividade, utilizando-se das seguintes estratégias e ações, entre outras: fixação das grades de proteção das macas hospitalares com ataduras para evitar queda do paciente; colocação de suporte de papelão abaixo do colchão das macas para torná-lo mais confortável e evitar lesões por pressão; abertura de outras caixas cirúrgicas para encontrar melhores instrumentais cirúrgicos para as cirurgias. Diante dos achados, recomendou-se a adoção das seguintes medidas para evitar e/ou atenuar os riscos de ocorrência de EAs com os pacientes cirúrgicos, dentre outras: utilizar o checklist ou lista de verificação de cirurgia segura; instituir a comunicação efetiva intersetorial e interprofissional; adquirir macas e camas hospitalares novas ou com melhor estado de conservação para facilitar o transporte e transferência dos pacientes; ampliar o quadro de enfermagem, reduzindo a sobrecarga física e mental dos profissionais com a rotatividade em cirurgias. Destarte, conclui-se que há necessidade de se implementar melhorias com relação à SP no período perioperatório do hospital avaliado, tendo em vista os entraves e obstáculos encontrados durante a atividade do técnico de enfermagem que, de alguma forma, ameaçam a qualidade do serviço prestado e a SP em ambiente cirúrgico. Como contribuições, esta pesquisa incrementa o conhecimento existente sobre a atividade do técnico de enfermagem em processo cirúrgico, sua importância e a relação com a SP; demonstra a aplicabilidade do método da AET para este tipo de pesquisa; estabelece uma relação teórica, metodológica e prática entre a Ergonomia e a SP; e propõe medidas para reduzir a ocorrência de EAs com os pacientes durante os processos cirúrgicos. Para trabalhos futuros sobre este tema, sugere-se que seja replicada a metodologia desta pesquisa em atividades semelhantes em outros CC de hospitais públicos e/ou privados em nível nacional e internacional e que sejam feitas análises comparativas, visando à redução de EAs durante a assistência cirúrgica.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1217772 - RICARDO JOSE MATOS DE CARVALHO
Interno - 1142787 - JOSE ALFREDO FERREIRA COSTA
Externo ao Programa - 1868020 - ZENEWTON ANDRÉ DA SILVA GAMA - UFRNExterna à Instituição - MARIA CHRISTINE WERBA SALDANHA - UFPB
Notícia cadastrada em: 03/02/2024 11:50
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa07-producao.info.ufrn.br.sigaa07-producao