Ciclo de Melhoria da Qualidade Nacional das Ações de Prevenção e Controle das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde
melhoria da qualidade; ciclos de melhoria da qualidade ; infecções relacionadas à assistência a saúde ; hospitais
Objetivo: As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são um grave problema de saúde em todo o mundo, mas pouco se sabe se a adoção de estratégias de Gestão da Qualidade (GQ) podem colaborar para a redução desses agravos quando implementadas de forma externa e em nível nacional. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito de um ciclo de melhoria da qualidade nacional direcionado às ações de prevenção e controle de IRAS instituídas pelas Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) de hospitais brasileiros.
Metodologia: Este foi um estudo quase experimental do tipo antes e depois. Foi realizada uma avaliação nacional, em 2015, por meio de um formulário eletrônico estruturado que avaliou 11 critérios de qualidade com o objetivo de identificar as ações que eram instituídas pelas CCIHs para a prevenção e o controle das IRAS. A população de estudo foram hospitais de todo o Brasil que possuíam leitos de UTI adulto, pediátrica ou neonatal (N=1877 hospitais, segundo CNES 2012). Baseado nas informações coletadas foi proposta uma intervenção nacional para todas as CCIHs e Coordenações Estaduais de Controle de Infecção Hospitalar (CECIH) do país objetivando promover a melhoria dos principais problemas identificados na primeira avaliação. Em março de 2016, foi realizada uma reavaliação dos mesmos critérios de 2015 para avaliar o efeito da intervenção e as oportunidades de melhoria que permaneciam para a continuidade das atividades nacionais.
Resultados preliminares: A avaliação 1 teve 29,83% de resposta (n=563 hospitais) e revelou de forma positiva que mais de 90% dos hospitais possuía condições estruturais e insumos suficientes e de qualidade para a higiene das mãos dos profissionais de saúde, possuíam protocolo institucional implantado para a higiene das mãos e realizavam a notificação mensal das IRAS, baseando-se nos critérios diagnósticos nacionais publicados pela ANVISA. E ainda apontou que os problemas que deveriam ser priorizados em ações nacionais e locais deveriam ser principalmente o monitoramento da adesão à higiene das mãos pelos profissionais de saúde; a implantação de protocolos institucionais para a prescrição orientada de antimicrobianos pelos profissionais de saúde e a promoção de estratégias para aumentar a participação dos pacientes/acompanhantes/ familiares das UTIs nas ações de prevenção e controle de IRAS.
Conclusões: A realização da avaliação nacional foi útil para identificar prioridades de atuação tanto no nível nacional como nos estados e no Distrito Federal por meio da instituição de um projeto de intervenção orientado por um processo avaliativo. Essa experiência demonstrou que apesar da expressiva resposta inicial de 563 hospitais é preciso estimular que mais hospitais participem da segunda avaliação e que o efeito da estratégia de GQ na qualidade da prevenção das IRAS só poderá ser mensurado após a realização da segunda avaliação.