ANALYSIS AND PERSPECTIVES OF BODY DONATION PROGRAM OF FEDERAL UNIVERSITY OF RIO GRANDE DO NORTE
Body donation; unclaimed corpse; Human anatomy; teaching anatomy
Ao longo dos séculos nossa relação com o conhecimento sobre o corpo humano foi se transformando, passou de curiosidade a necessidade.
A partir de Herófilo e Erasistrato (335-280 a.C.), os primeiros a dissecarem cadáveres, iniciou-se o estudo da anatomia humana. Os anatomistas daquela época estudavam sempre às escondidas, e suas dissecações eram feitas em porões a margem da sociedade. Atualmente, as dissecações são realizadas no âmbito acadêmico, mas, apesar de ser uma técnica bastante consolidada, aqui no Brasil apresenta-se ainda com um ponto em comum com os primórdios dos estudos anatômicos, que é a falta de cadáveres. Apesar de boa parte dos cadáveres serem advindos de corpos não reclamados, este número é ainda distante da quantidade necessária aos estudantes da área da saúde. Com o passar do tempo, a demanda dos estudos anatômicos acentuou-se e, a estratégia legalmente adotada pelas instituições de ensino de muitos países foi, a construção de bancos de doações de corpo voluntárias.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, nascida em 1984, o programa de doação de corpos registrou ainda nesse mesmo ano, sua primeira doação de corpo voluntária. Desde então, segue caminhando em busca da conscientização da população sobre a importância do corpo humano para o desenvolvimento da ciência. Através de estratégias de divulgação, o programa procura aproximar-se cada vez mais da população local.
É de fundamental importância que o doador esteja ciente de todos os trâmites pertinentes às questões práticas e legais, sobretudo, ao quão importante será o seu legado pós-morte. Desta forma, o presente estudo tem por objetivo apresentar a realidade do banco de doação de corpos da UFRN (1984-2018), além de traçar o perfil dos doadores. Para a realização desta pesquisa foram analisados dados de todos os doadores e, feito levantamentos acerca de categorias como sexo, escolaridade, faixa etária, religião e motivação da doação.
Quanto ao sexo dos doadores, não houve variação significativa, pois conta com 100 doadores homens e 99 mulheres. Entretanto, as variantes como faixa etária, religião, escolaridade e motivação para doação foram bem significativas. Espera-se que, com o delineamento do perfil majoritário de doadores, possa-se em estudos futuros, traçar perspectivas que consigam captar ainda mais pessoas que possuam a atitude altruísta de servir e colaborar com o desenvolvimento da ciência.