MARKET TIMING E CRIAÇÃO DE VALOR PARA O ACIONISTA SOB A PERSPECTIVA DA RETENÇÃO DE CAIXA
Estrutura de Capital. Market Timing. Política Financeira. Retenção de Caixa. Criação de Valor.
A estrutura de capital é uma temática amplamente abordada no contexto brasileiro, porém, os trabalhos majoritariamente se debruçam sobre as abordagens do trade-off e da pecking order, enquanto a minoria deles são desenvolvidos no contexto do market timing, mesmo se tratando de uma teoria alternativa que explica de forma mais natural as escolhas das empresas no que tange a sua fonte de financiamento (BAKER; WURGLER, 2002). Em função do comportamento oportunista atribuído à prática de market timing, a literatura preceitua que os timers de mercado emitem mais patrimônio do que suas necessidades de capital ditam, incorrendo em manutenção dos saldos de caixa. De acordo com Iyer e Javadi (2018), apesar dos resultados empíricos de diversos trabalhos demonstrarem a existência do market timing, inclusive, apontando-o como prática comum, a literatura acerca de sua efetividade enquanto política financeira de criação de valor para os acionistas é escassa. Assim, o objetivo geral deste estudo é investigar a relação entre a retenção de caixa e a criação de valor para os acionistas das empresas que praticam market timing no mercado acionário brasileiro. A amostra do estudo consiste nas empresas não financeiras listadas na [B]³ que realizaram IPO entre 2004 e 2017, ademais, a janela temporal de análise compreende o período de 2004 a 2019. Para atingir o objetivo geral, são propostos dois modelos econométricos, e o método de análise utilizado será a regressão em painel dinâmico com estimadores GMM-System (BLUNDELL; BOND, 1998). Os dados financeiros, imprescindíveis para o cálculo das variáveis que compõem os modelos econométricos, serão coletados por meio da base Thomson Reuters®.