Aplicação da parafina e do óleo de linhaça como hidrofobizantes da vermiculita para descontaminação de óelo solúvel em águas produzidas
HPAs, Água produzida, Vermiculita, Planejamento fatorial, Fluorescência molecular.
A água produzida vem ultimamente despertando interesse devido ao seu elevado grau de salinidade, partículas de óleo em suspensão, produtos químicos adicionados nos diversos processos de produção, metais pesados e algumas vezes radioatividade. Juntamente com o petróleo e devido ao seu elevado volume de produção, a água de produção é um dos poluentes que mais preocupam no processo de extração do óleo. Os HPAs devido a sua ubiqüidade e suas características carcinogênicas/mutagênicas e até mesmo teratogênicas vêm despertando interesse de toda sociedade científica. Formados a partir da combustão incompleta da matéria orgânica podem ser de origem natural ou antropogênica. Alguns materiais vêm sendo pesquisados com o objetivo de despoluir matrizes ambientais que venham ser contaminadas por estes hidrocarbonetos. Dentre estes materiais pesquisados várias argilas têm sido empregadas, das quais destaca-se a vermiculita. Da família dos filossilicatos, a vermiculita por seu potencial hidrofóbico e sua elevada área superficial tem sido um utensílio bastante utilizado na descontaminação de águas em processos de derramamento de óleo. Contudo, quando expandida esta perde sua capacidade hidrofóbica havendo a necessidade do uso de um hidrofobizante para torná-la organofílica. Dentre os inúmeros hidrofobizantes pesquisados e utilizados o óleo de linhaça vem sendo o pioneiro. Neste trabalho procurou-se avaliar a capacidade de remoção de HPAs utilizando a vermiculita hidrofobizada com óleo de linhaça e também a parafina, para isto fez-se uso do planejamento fatorial completo 24 como ferramenta principal para realização dos experimentos. Avaliou-se também a granulometria da argila (-20+48 e -48+80 #), o percentual de hidrofobizante aplicado (5 e 10 %) e a salinidade da água produzida sintetizada em laboratório (35.000 e 55.000 ppm). A espectroscopia de fluorescência molecular devido a sua sensibilidade e rapidez foi utilizada para verificar a capacidade de adsorção da argila, bem como a cromatografia gasosa serviu como técnica auxiliar a fim de quantificar e qualificar os HPAs presentes em solução. A fim de caracterizar a vermiculita fez-se uso da fluorescência de raios-x e difração de raios-x. O infravermelho e a termogravimetria foram essenciais para constatar a hidrofobização e a quantidade de recobrimento do argilomineral. Conforme as análises de fluorescência verificaram-se que o ensaio 12 obteve o melhor resultado em torno de 98 % de adsorção dos compostos fluorescentes, contudo a elevada salinidade, a menor granulometria, o maior percentual de hidrofobizante e o uso do óleo de linhaça apresentaram maior eficiência na capacidade de remoção destes hidrocarbonetos, de acordo com a tendência seguida pela análise dos fatores principais do planejamento fatorial. Para verificar a capacidade de adsorção da argila utilizando um volume fixo de água produzida, usou-se como base o ensaio 12, nos seus respectivos níveis e fatores. Deste modo, observou-se que após a adição de aproximadamente 1 ½ litro de solução salina oleosa, cerca de 300 vezes o seu volume em massa, a vermiculita foi capaz de adsorver em torno de 80 % dos HPAs presentes em solução.