Conversão catalítica do glicerol usando zeólita Beta modificada com aluminato de magnésio.
β-zeólita; MgAl2O4; glicerol; acroleína.
A urgência em substituir os combustíveis fosseis pelos renováveis aliado ao crescimento da produção do biodiesel e consequentemente de glicerol no Brasil e no mundo estimulam pesquisas a fim de transformar os produtos derivados de biomassa em outros com maiores valores agregados e, portanto, manter a cadeia produtiva. A reação de desidratação do glicerol em fase gasosa para acroleína usando sólidos ácidos é uma via de reação interessante. Catalisadores foram preparados com diferentes teores de espinélio de magnésio dispersos em zeólita Beta e seus desempenhos de desidratação de glicerol foram avaliados. Os diferentes sólidos foram caracterizados por DRX, FRX, MPE, infravermelho (FTIR), espectroscopia Raman, fisissorção de nitrogênio, MEV-FEG, acidez por TPD-NH3 e adsorção DRIFTS-piridina. Não foi possível observar a fase espinélio nos difratogramas devido à sua alta dispersão, enquanto os reflexos da H-BEA foram evidenciados nas diferentes amostras. Os espectros Raman e infravermelho sugeriram a presença de trechos referentes ao espinélio MgAl2O4. As isotermas de nitrogênio e difratogramas de baixo ângulo indicaram que a estrutura dos poros e as propriedades texturais foram alteradas após a impregnação, mas a micro-mesoporosidade da zeólita foi mantida. A morfologia da H-BEA não sofreu alterações significativas por modificação com espinélio e os metais estão altamente dispersos de acordo com o mapeamento espectral MEV e EDS. Os tamanhos dos cristais variam de 30 a 160 nm e as áreas específicas variam de 721 a 222 m2g−1, dependendo do teor de MgAl2O4. De acordo com o os perfis de TPD e os espectros de DRIFTS, a adição de espinélio na zeólita causou uma mudança nas propriedades ácidas da H-BEA. O catalisador com 2% de MgAl2O4 sob H-BEA apresentou o melhor desempenho catalítico atingindo 60% de conversão de glicerol, 66% de seletividade de acroleína em 6 h e 16% de coque depositado em 10 h, restringindo desativação em comparação com a zeólita pura. As vias de reação para os diferentes produtos formados dependendo do tipo de sítio ácido foram detalhadas no mecanismo proposto e correlacionadas com os mapas de potencial eletrostático, assim como as reações para a formação do coque foram descritas de acordo com os compostos identificados por GC-MS após a extração do coque.