USO DO CARVÃO DE COCO DE BABAÇU MODIFICADO COM ÁCIDO CÍTRICO COMO ADSORVENTE DO AZUL DE METILENO UTILIZADO EM EXPERIMENTOS DE QUÍMICA ANALÍTICA
carvão de babaçu, Azul de metileno, adsorção
Com o crescente desenvolvimento científico e tecnológico, o homem passa a explorar os recursos naturais de forma mais agressiva, gerando diariamente grandes quantidades de resíduos que são descartados no meio ambiente sem nenhum tratamento prévio. As instituições de ensino e pesquisa vêm ganhando destaque como poluidoras do ambiente, já que ignoram sua condição de geradoras de efluentes e descartam seus resíduos químicos de forma inadequada. Dentre os principais contaminantes ambientais, os corantes ganham destaque, pois se tratam de substâncias altamente tóxicas para a fauna e flora aquática, podendo causar sérios danos à saúde humana. Muitas técnicas no tratamento de efluentes contendo corantes vêm sendo apresentados na literatura, dentre as quais se destaca a adsorção que vem sendo utilizada de forma eficaz no tratamento desses efluentes. O babaçu, palmeira nativa da América latina é amplamente encontrada em alguns estados do norte, nordeste e centro-oeste do Brasil, produz um fruto que possui uma vasta potencialidade, dentre as quais se destaca a produção de carvão. Assim, este trabalho tem como objetivo utilizar o carvão de coco de babaçu modificado com ácido cítrico (CCBMod) para tratar o efluente real gerado a partir do uso do corante azul de metileno (AM). Para caracterizar o CCBMod utilizou-se as técnicas de Espectroscopia de absorção molecular na região do Infravermelho (IV), Difração de raios-X (DRX), Termogravimetria e Análise Térmica Diferencial (TG/DTA) e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). O IV mostrou a presença de grupos OH, CH2, CH3 e C=O tanto no material modificado quando no material sem modificação, grupos estes característicos da lignina, no entanto não se verificou nenhuma incorporação do ácido cítrico no material, dados que foram comprovados pelas demais técnicas. Assim infere-se que o ácido usado na modificação foi eficiente na ativação dos sítios disponíveis do carvão, melhorando o processo de adsorção no decorrer do tempo. Na variação da concentração inicial do adsorvente, observou-se que o percentual de remoção da cor do AM aumenta com a diminuição da concentração inicial, onde nas concentrações de 14, 12, 10, 8, 6, 4 e 2 mg L-1 apresentou valores médios de remoção correspondendo respectivamente a 56,13; 62,43; 62,70; 70,00; 87,00; 93,83 e 100 %. Para a variação do pH da solução, observou-se que com o aumento do pH aumenta-se o percentual de remoção da cor, assim para os potenciais hidrogeniônicos 3,0; 6,0 e 10,0 obteve-se respectivamente, 39,73; 62,69 e 92,74 % de remoção do AM. O modelo de cinética de adsorção que melhor se ajustou aos dados experimentais foi o de pseudo-segunda-ordem, apresentando um valor de r2 igual 0,9965 e valores de qe,exp de 1,5424 mg g-1 e qe,teor de 1,5625 mg g-1. O modelo isotérmico que melhor se ajustou aos dados experimentais foi o de Langmuir indicando uma natureza de adsorção em monocamada. O efluente real proposto apresentou uma decomposição do AM de 7,20 % no decorrer de 14 dias e a remoção desse efluente real pelo CCBMod foi de 57,86%. Concluindo-se que o CCBMod é um material adsorvente eficaz na remoção do AM de soluções aquosas.