ASSOCIAÇÕES DO MAGNÉSIO, CÁLCIO E A RAZÃO CÁLCIO/MAGNÉSIO NO PLASMA COM OS COMPONENTES DA SÍNDROME METABÓLICA E OUTROS FATORES DE RISCO CARDIOMETABÓLICOS EM ADULTOS E IDOSOS
risco cardiometabólico, perfil lipídico, HDL-c, colesterol total, LDL-c
Evidências apontam que baixas concentrações de magnésio concomitante as altas concentrações de cálcio, levam em uma maior razão cálcio/magnésio (Ca/Mg), cujos resultados têm sido associados com os fatores de risco cardiometabólicos relacionados a Síndrome Metabólica (SM). Esse estudo teve como objetivo avaliar as associações entre magnésio, cálcio e a razão Ca/Mg no plasma com os componentes da SM e outros fatores de risco cardiometabólicos, em adultos e idosos com e sem SM. Esse estudo é do tipo transversal, realizado com participantes do Estudo BRAZUCA-Natal. Avaliou-se dados sociobiodemográficos, estilo de vida, parâmetros antropométricos e bioquímicos. As concentrações de magnésio e cálcio foram medidas no plasma, por meio da espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS). Foram incluídos 112 participantes avaliados quanto ao diagnóstico de SM, conforme critério harmonizado para SM, e distribuídos em grupos de indivíduos com e sem SM. Modelos de regressão linear foram executados utilizando o método hierárquico para determinar associações entre os elementos e as demais variáveis. A SM foi identificada em 50% da população, especialmente nas participantes do sexo feminino. Não foram evidenciadas diferenças significativas nas concentrações do magnésio e cálcio no plasma e da razão Ca/Mg entre os grupos estudados (todos p > 0,05). Os valores médios das concentrações de magnésio e de cálcio em ambos os grupos foram considerados dentro dos valores de referência. No entanto, observou-se uma frequência de hipomagnesemia de 13,4%, enquanto o excesso de cálcio no plasma foi de 16% na população estudada. Não foram registradas correlações entre o magnésio no plasma e nenhuma das variáveis cardiometabólicas estudadas (todas p>0,05). As concentrações de cálcio foram negativamente correlacionadas com o HDL-c (r= -0,335; p = 0,000), TAG (r= -0,294; p = 0,002), colesterol total (r= -0,554; p = 0,000), LDL-c (r= -0,310; p = 0,001) e não HDL-c (r= -0,385; p = 0,000). Por outro lado, a razão cálcio/magnésio também foram correlacionados negativamente com HDL-c (r= -0,260; p = 0,007), TAG (r= -0,336; p= 0,000), colesterol total (r= - 0,508; p = 0,000), LDL-c (r= -0,314; p = 0,001), VLDL-c (r= -0,231; p= 0,018), não HDL-c (r= -0,413; p= 0,000) e Índice de lipoproteína combinada (LCI) (r= -0,215; p= 0,028). As análises de regressão linear indicaram que não houve associações entre magnésio com insulina de jejum, HOMA-IR e PCR-us (todos p>0,05). No entanto, houve associações entre o cálcio no plasma com colesterol total (β= -0,020; p=0,000; R²=0,238), HDL-c (β=-0,046; p=0,005; R²= 0,267). Também houve associações entre razão cálcio/magnésio com colesterol total (β= -0,025; p=0,000; R²= 0,184) e LDL-c (β=0,017; p=0,020; R²= 0,231). Esses resultados apontam que não houve diferença nas concentrações dos elementos entre os grupos, no entanto, foram evidenciadas associações importantes do cálcio e razão Ca/Mg com os fatores de risco relacionados à SM.