Avaliação da aquisição de alimentos, higienização e geração de resíduos domésticos em comunidade acadêmica durante a pandemia de Covid-19
Aquisição de alimentos; higienização; resíduos; Covid-19, comunidade acadêmica.
Em março de 2020, a Organização Mundial de Saúde declarou a COVID-19 uma pandemia, afetando diretamente as comunidades acadêmicas, devido ao fechamento das universidades como medida de prevenção da contaminação. A alimentação, além de necessidade básica e de direito humano, foi seriamente afetada. O estudo investigou os locais e frequência de aquisição de alimentos, hábitos de higienização das mãos, alimentos e embalagens e a geração de resíduos domésticos em uma comunidade acadêmica durante a pandemia de COVID-19. A pesquisa teve delineamento transversal, descritivo e exploratório, de natureza quantitativa, na qual uma comunidade acadêmica de uma universidade do nordeste brasileiro foi inquirida através de um questionário online, elaborado no âmbito do projeto BRAZUCA-COVID-19. Os dados foram a partir de estatísticas descritivas de médias ou medianas e medidas de dispersão, as variáveis categóricas foram analisadas conforme os seguintes tópico: Caracterização da população (vínculo institucional, sexo, idade, cor da pele, estado civil, renda, situação de trabalho, alteração da renda durante a pandemia), aquisição de higienização de alimentos e mãos (locais de aquisição, higienização de frutas, legumes e verduras e, higienização das mãos antes e durante a pandemia). Geração de resíduos domésticos (consumo de embalagens, geração de resíduo alimentar, desperdício de alimentos, separação de resíduos domésticos e aproveitamento de resíduos orgânicos) foram apresentadas por meio de distribuição de frequências. Após obtenção das respostas (n=1472) foram aplicados testes estatísticos onde valores de p inferiores a 0,01 considerados significativos. O perfil da amostra foi predominantemente jovem (71,4%) e quais 65,8% eram de indivíduos do sexo feminino, ademais 54,3% se auto referiram brancos e 30,0% possuíam renda familiar de até um salário mínimo. Diferenças quanto à aquisição de alimentos, formas de higienização de mãos, alimentos e embalagens e na geração de resíduos foram observadas entre os vínculos acadêmicos e também quanto à área de conhecimento. A maioria da população manteve a tendência de adquirir alimentos em supermercados de forma presencial (89,5%) mesmo em meio ao período pandêmico, situação em que houve um aumento da aquisição de alimentos via delivery. A frequência de pedidos por delivery pelos docentes e estudantes de pós-graduação, tanto de produtos de mercados (31,7% e 24,2%) como de comidas prontas (34,20% e 35,9%), respectivamente, foi verificada com maior regularidade. Durante a pandemia não foi percebido aumento no consumo de embalagens na população estudada (44,9%) e observou-se que 59,5% da população não separava os resíduos domésticos entre orgânicos e inorgânicos, ademais 79,8% não destinavam seus resíduos para compostagem, a pesquisa fornece subsídios para investigações e intervenções futuras no âmbito da alimentação e sustentabilidade pós pandemia.