IMPACTO DE PROGRAMAS FEDERAIS DE ALIMENTAÇÃO SOBRE O ESTADO NUTRICIONAL DE ADOLESCENTES
Adolescente; Antropometria; Alimentação Escolar; Avaliação de Impacto na Saúde; Política Pública.
Os adolescentes brasileiros que fazem o ensino médio em institutos federais são assistidos por programas federais de alimentação que podem afetar seu estado nutricional. Nessa direção, este estudo avaliou o impacto da participação no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e no Programa de Alimentação Estudantil (PAIF) do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) na evolução do estado nutricional de adolescentes. Trata-se de um estudo observacional, prospectivo e de caráter descritivo e analítico, desenvolvido com amostra representativa dos estudantes ingressantes no ano de 2017 do IFRN no município de Natal/RN. Foram coletados dados secundários referentes à saúde e estado nutricional na admissão, e realizada avaliação presencial após um ano do ingresso (estatura, peso e questionário auto preenchido). Utilizou-se o teste Split Plot ANOVA com nível de confiança de 95% para comparar a evolução das médias dos índices Estatura para Idade (E/I) e Índice de Massa Corporal para Idade (IMC/I), em escore-z, entre participantes e não participantes dos programas ao longo do tempo e entre os grupos. A força da associação entre a melhora dos índices antropométricos e as características dos adolescentes foi verificada através da Razão de Prevalência e seus respectivos Intervalos de Confiança de 95%. Nos 250 adolescentes avaliados, verificou-se redução da média de escore-z da E/I ao longo do tempo (-0,17 EZ para -0,35 EZ; p<0,001; eta=0,195). Nos participantes do PAIF houve menor redução (de -0,30 EZ para -0,41 EZ) quando comparados aos não participantes (de -0,13 EZ para -0,33 EZ) (p<0,046; eta=0,016). Não foram encontradas diferenças significativas na média do IMC/I em escore-z ao longo do tempo e entre os grupos. A prevalência de melhora da E/I mostrou-se associada a faixa etária, ao tempo diário na escola e a participação no PAIF; enquanto a prevalência de melhora do IMC/I mostrou-se associada ao sexo, ao estágio de maturação sexual e ao número de pessoas no domicílio. Conclui-se que a participação no PNAE não teve impacto no estado nutricional no período de um ano, ao passo que a participação no PAIF contribuiu para resguardar o crescimento linear dos escolares em situação de vulnerabilidade socioeconômica.