Óleo de quinoa (Chenopodium quinoa) obtido por via biotecnológica: caracterização e nanoencapsulação visando aplicação em alimentos.
Óleos vegetais. Extração enzimática. Ácidos graxos. Vitamina E. Emulsificação O/A.
O óleo de quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) apresenta elevado grau de instauração, é rico em ácidos graxos essenciais e contem quantidades significativas de vitamina E. No entanto, a extração usual desse óleo utilizando solventes orgânicos é economicamente inviável devido ao baixo rendimento, e a lipossolubilidade traz inúmeros desafios tecnológicos à sua aplicação na indústria alimentícia. Com isso, o presente estudo teve por objetivo realizar a caracterização físico-química e química do óleo de quinoa obtido através de processos biotecnológicos, assim como produzir e caracterizar o óleo de quinoa encapsulado em gelatina suína (GS) e na combinação proteína do soro de leite isolada (PTI) e GS para aplicação em uma matriz alimentar. O óleo foi fornecido pela empresa Plantus S.A. A análise de ésteres de ácidos graxos foi realizada por Cromatografia Gasosa (CG). As concentrações de alfa e gama-tocoferol foram determinadas por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). A determinação dos minerais foi realizada por espectrometria de emissão óptica com plasma (ICP/OES). A encapsulação foi realizada pela técnica de emulsificação óleo/água (O/A) e os encapsulados obtidos foram caracterizados por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Difração de raio X (DRX), Espectrofotometria no Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR), Difração a Laser, Potencial Zeta, eficiência de incorporação (%) e solubilidade em água. O perfil de ácidos graxos do óleo mostrou predomínio de ácido graxos insaturados (72,97%), com destaque para o linoleico (55,39 %). Os índices de iodo e de refração foram de 102,87 (0,81) cg.I2g-1 e 1,47 (0,00), respectivamente, corroborando com a predominância de insaturações dos ácidos graxos. O índice de peróxido de 2,75 (0,39) Meq.kg-1 está em conformidade com o que determina a legislação vigente, já o índice de acidez de 0,90 (0,14) mg.KOHg-1 está acima do permitido pela legislação para óleos refinados. O mineral que apresentou maior concentração foi o fósforo (20,43 mg.g-1), seguido do potássio (120,95 mg.g-1). A concentração de alfa e gama-tocoferol encontrada no óleo foi de 5,87 e 3,74 mg/100g. Os resultados mostram que o óleo de quinoa apresenta características com aplicação em alimentos e que o estudo da encapsulação é fundamental para aumentar o potencial de utilização do óleo pela indústria alimentícia.