Estado nutricional antropométrico de adolescentes assistidos pelo Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES)
Adolescentes; Antropometria; Assistência Estudantil; Programa Nacional de Assistência Estudantil.
O monitoramento do estado nutricional de adolescentes no ambiente escolar é uma medida estratégica de prevenção e de cuidado integral dos agravos relacionados à alimentação e nutrição, devendo ser realizado em instituições privadas e públicas de ensino. Nessa direção, os institutos federais fazem parte do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), que considera a alimentação como uma das ações para viabilizar a igualdade de oportunidades e contribuir para a melhoria do desempenho acadêmico dos alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a evolução do estado nutricional de adolescentes estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) no município de Natal/RN entre os anos de 2017 e 2018, bem como sua associação com a participação em programa de alimentação. Trata-se de um estudo observacional, de delineamento transversal e caráter descritivo e analítico. Foram coletados dados secundários sociodemográficos, antropométricos, de saúde e estilo de vida do sistema de informação de uma amostra representativa dos estudantes da instituição ingressantes no ensino médio no ano de 2017 na cidade de Natal. Durante o ano de 2018, estes alunos foram submetidos à avaliação antropométrica e responderam a um questionário autopreenchido com dados sociodemográficos, de saúde e estilo de vida. Foram coletadas informações de 251 adolescentes, sendo a maioria do sexo feminino (52,6%), com idade média de 15,7 ± 0,9 anos na admissão e renda per capita média de 1,05 ± 4,2 salários mínimos. Dentre os escolares observados, 38,6% eram assistidos pelo PNAES, dos quais 67,0% participavam do Programa de Alimentação Estudantil do IFRN. Entre 2017 e 2018, verificou-se no grupo como um todo, redução das prevalências de magreza (de 3,2% para 2,0%; p=0,38) e de excesso de peso (de 23,5% para 21,4%; p=0,33); e aumento da prevalência de déficit de estatura (de 4,4% para 6,1%; p=0,063) decorrente da redução na média do escore-z do índice estatura para idade (E/I) (-0,21 EZ para -0,36 EZ; p<0,001). No entanto, nos participantes do Programa de Alimentação Estudantil do IFRN a redução de E/I foi significativamente menor em comparação aos não participantes (Δ de -0,12 EZ vs. Δ de -0,20 EZ; p=0,048). Para o índice IMC para idade (IMC/I) não houve diferença significativa na evolução entre os grupos. Conclui-se que o estado nutricional dos escolares do IFRN é marcado por altas taxas de excesso de peso nos dois momentos observados, evidenciando a necessidade de estratégias que promovam a alimentação saudável e a diminuição de comportamentos sedentários. Sugere-se que o programa de alimentação da instituição possa contribuir para resguardar o crescimento linear dos escolares em situação de vulnerabilidade socioeconômica, por aumentar a disponibilidade de alimentos através da oferta do almoço e/ou jantar.