Validação de equações de predição de antropometria e bioimpedância elétrica para estimativa da composição corporal de praticantes de ballet clássico.
Composição corporal; DXA; Bioimpedância elétrica; Antropometria; Dança.
A prática do ballet clássico promove boa postura, melhora no condicionamento físico, tônus muscular e modelamento do corpo, resultando em um aumento no gasto energético. Para proporcionar a leveza e fluidez dos movimentos da dança, preconiza-se um baixo peso corporal e menores índices de massa gorda aos seus praticantes, de forma que a composição corporal está diretamente relacionada com o desempenho esportivo. Nesse sentido, avaliar a composição corporal de praticantes de ballet clássico é importante para manutenção das condições gerais de saúde, bem como necessária para evitar consequências deletérias devido à um baixo peso corporal. Apesar de absorciometria por dupla energia de raios X (DXA) ser considerada um método de referência, a antropometria e a bioimpedância elétrica (BIA) são técnicas mais acessíveis, porém dependentes da utilização de equações de predição adequadas para a estimativa de massa gorda (MG) ou massa livre de gordura (MLG). Diferentes equações para populações distintas são encontradas na literatura, não sendo encontradas equações específicas para bailarinas brasileiras. O presente estudo propôs-se a validar equações de predição de antropometria e BIA para estimativa da composição corporal em praticantes de ballet clássico, comparando-as com os resultados obtidos pela DXA. Realizou-se um estudo transversal, com coleta de dados entre junho de 2016 e abril de 2018, no qual avaliaram-se 37 praticantes de ballet clássico do gênero feminino em um nível intermediário/avançado. Os exames de avaliação da composição corporal incluíram: avaliação de corpo total por meio da DXA, avaliação antropométrica e avaliação da BIA com uso de aparelho tetrapolar. Avaliou-se a validade de equações preditivas de MG e MLG encontradas na literatura. Realizou-se a correlação entre os resultados de MG ou MLG dados pelas equações e pela DXA mediante a correlação correlação de Pearson (r). O one sample T-test foi usado para verificar se as diferenças médias entre os resultados das equações e a DXA diferiam significativamente de zero. A validade entre as diferentes equações e a DXA foi determinada através da análise de Bland-Altman, utilizando-se a regressão linear simples para testar a presença de viés proporcional entre as equações testadas e a DXA. A amostra estudada apresentou mediana de idade de 19 (16, 24) anos e média de 28,37 (7,01)% de MG obtida pela DXA. Para MG determinada por equações de antropometria, a equação proposta por Durnin & Womersley (1974) apresentou boa concordância com a DXA (r = 0,852, p < 0,000, e one sample T-test p =0,600), não apresentando viés proporcional (R² = -0,055, beta = 0,021, p = 0,929). Para MLG pela BIA, nenhuma das equações preditivas testadas mostrou-se válida para a população em estudo. Os resultados demostraram que apenas uma das equações preditivas analisadas foi aplicável na avaliação da composição corporal das praticantes de ballet clássico estudadas, ressaltando-se a importância da necessidade de validação de equações ao aplica-las em populações específicas.