Associação entre o status de cobre e o perfil lipídico em portadores de esclerose lateral amiotrófica.
Esclerose lateral amiotrófica, cobre, perfil lipídico.
A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença caracterizada pela degeneração dos neurônios motores, levando a paralização dos músculos esqueléticos e morte. Estudos relacionando o prognóstico da ELA e o perfil lipídico têm sido desenvolvidos, ao passo que pesquisas têm demonstrado uma relação entre lipídios plasmáticos e cobre (Cu). Dessa forma, objetivou-se avaliar a associação entre o status de Cu e perfil lipídico em portadores de ELA, atendidos no Ambulatório Multidisciplinar ELA/HUOL, Natal/RN, Brasil. Foi realizado um estudo transversal, desenvolvido com 27 portadores de ELA (grupo caso) e 26 indivíduos sem a doença (grupo controle). O grupo caso foi caracterizado de acordo com o início e tempo de sintomas, via de alimentação e capacidade funcional. O índice de massa corporal (IMC) e o consumo dietético de energia, macronutrientes, fibras e Cu foram determinados em ambos os grupos. O status de Cu foi verificado por meio de dosagens de Cu plasmático e ceruloplasmina sérica, e o perfil lipídico através das dosagens de colesterol total (CT), LDL-colesterol (LDL), HDL-colesterol (HDL) e triglicerídeos (TGL). Foi realizado a análise descritiva e o teste normalidade dos dados. O teste t de Student e Mann Whitney foram utilizados para a comparação de médias. A correlação entre o Cu plasmático e os marcadores bioquímicos e dietéticos foi realizada mediante o teste de correlação de Spearman. O efeito das variáveis para o desfecho escala funcional foi estimado mediante modelagem baseada na distribuição de Poisson. Foi utilizado o software SPSS, versão 22, e adotado um nível de significância de 5%. A média de idade do grupo caso e controle foi 56 e 55,4 anos, respectivamente. O grupo controle apresentou um IMC significativamente mais elevado. O grupo caso apresentou consumo significativamente diminuído de energia, proteína, carboidrato e gordura. O Cu plasmático se correlacionou positivamente com as variáveis ceruloplasmina, LDL e CT, no grupo controle, e com HDL, em ambos os grupos. Houve correlação entre ceruloplasmina e LDL apenas no grupo controle. A escala funcional apresentou associação negativa com Cu plasmático, Cu dietético e CT, e associação positiva com as concentrações de TGL, HDL, LDL e ceruloplasmina.