CARACTERIZAÇÃO MACRO E MICROSCÓPICA DA LÍNGUA E ESÔFAGO DE TARTARUGAS MARINHAS (TESTUDINES) ENCALHADAS NO LITORAL DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL
Sistema gastrointestinal. Histologia. Estereologia. Quelônios
São conhecidas atualmente sete espécies de tartarugas marinhas no mundo e todas encontram-se em algum nível de ameaça de extinção. Nesse contexto, pode-se considerar que estudos sobre a biologia básica desses animais nos permite tomar decisões de manejo importantes para a conservação. Ainda há escassez de informações que relacionem hábitos alimentares com a morfologia interna desses animais. Por esse motivo, o presente trabalho tem o objetivo de caracterizar a morfologia macro e microscópica de língua e esôfago de tartarugas marinhas, estabelecendo comparações entre as espécies e seus hábitos alimentares. Durante o período de janeiro de 2018 a novembro de 2019, foram avaliadas amostras de língua e esôfago de tartarugas marinhas encalhadas mortas ou que vieram á óbito na Base de Reabilitação do Projeto Cetáceos da Costa Branca, em todo o litoral do
Rio Grande do Norte e litoral leste do Ceará. O animais foram necropsiados e os órgãos de interesse foram dissecados conjuntamente e fixados em formol 10%. Posteriormente, foi realizado o registro fotográfico, pesagem e biometria e em seguida, as amostras de língua foram encaminhadas para clivagem histológica e as amostras de esôfago para processamento da técnica estereológica. Como resultados preliminares, vale destacar os achados histológicos inéditos referentes à língua de tartaruga marinha. Foi observado que a superfície dorsal é revestida por
epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, com projeções pontiagudas em algumas porções e papilas com formato filiforme. Abaixo da camada de queratina verificou-se a presença de ductos. A lâmina própria apresentou-se constituída por tecido conjuntivo frouxo com presença de plexos nervosos e vasos sanguíneos. A musculatura da língua é distribuída em duas orientações, longitudinal e circular. Em C. mydas, observou-se glândulas na região posterior da língua, enquanto que em C. caretta, células mucosas no epitélio, sugerindo a secreção de muco e saliva pelo órgão, auxiliando provavelmente na digestão química.