ORGANIZAÇÃO CITOARQUITETÔNICA E NEUROQUÍMICA DO CLAUSTRUM DO MORCEGO (Artibeus planirostris).
Claustrum, Endopiriforme, citoarquitetura, Nissl, neuroquímica
O Claustrum (Cl) faz parte dos núcleos da base e é constituído anatomicamente de duas principais subdivisões: dorsal ou Cl insular, e o Cl ventral medial situado no córtex piriforme. A forma do claustrum varia de espécie para espécie e o seu tamanho aumenta em proporção com o volume do neocórtex. O núcleo Cl pode desempenhar papel fundamental no processamento de informações no cérebro, correlacionada a diferentes atividades desenvolvidas pela ativação do córtex sensorial que se interliga com sensações distintas. É dividido em três compartimentos funcionais: um ântero- dorsal conectado com o córtex somatossensorial e o córtex motor, um dorsal posterior conectado ao córtex visual e uma área ventral ligada ao córtex auditivo. Enquanto a função exata do Cl permanece especulativa, estudos realizados em cérebros de ratos têm atribuído um papel integrador multimodal para ele com relação às conexões atribuídas entre o Cl e o córtex cerebral (cx), à medida que diversas funções, tais como as somatossensoriais, visuais e auditivas podem estar associadas a esse núcleo. Com o objetivo de descrever a citoarquitetura e a neuroquímica desse núcleo, foram analisadas secções coronais do encéfalo do morcego Artibeus Planirostris, coradas pelo método de Nissl e secções submetidas à imunoistoquímica apresentando as proteínas ligantes de cálcio Calbindina (CB), Calretinina (CR) e Parvalbumina (PV), a fim de delimitar e observar a expressão dessas proteínas no Cl, bem como no núcleo Endopiriforme (En), associado funcionalmente ao Cl. A CB e a CR não expressaram imunorreatividade nas demais subdivisões do Cl e do En, já a expressão de PV foi percebida no nível rostral, mais evidente no Claustrum ventral (VCl) e no Endopiriforme dorsal (DEn), no nível médio com mais intensidade no VCl e no nível caudal, apenas no DEn e Endopiriforme ventral (VEn) com menos intensidade. Assim, tendo em vista a posição estratégica do Cl, as evidências funcionais e hodológicas associadas em diversos estudos, acreditamos que o estudo da morfologia dessa área em quirópteros possa verdadeiramente auxiliar na elucidação do papel do Cl no sistema nervoso e ao mesmo tempo compreender as vias permeadas pela evolução dos núcleos subcorticais.