Efeito da ação crônica de etanol sobre a morfologia dos núcleos da rafe de camundongos
Etanol; Alcoolismo; Núcleos da rafe; Serotonina.
O consumo de bebidas alcoólicas é considerado um sério problema de saúde pública no Brasil e no mundo, sendo cada vez mais precocemente ingerido, este fármaco está associado a vários distúrbios do organismo e a altos índices de mortalidade, morbidade e incapacidades. O uso frequente do etanol pode desencadear distúrbios, nesse estágio o indivíduo já sofre com sérios danos físicos e psicológicos. Problemas no convívio social e dificuldade no cumprimento das reponsabilidades profissionais são as principais características dessa fase. Também são observadas alterações estruturais em vários órgãos como coração, fígado e encéfalo. Nesse contexto, o alcoolismo provoca anormalidades morfológicas e funcionais no sistema nervoso central, provocando redução do volume das substâncias branca e cinzenta em diferentes áreas corticais e a neurodegeneração em todo o sistema nervoso central. O álcool também interage com vários sistemas de neurotransmissores como o glutamatérgico, GABAérgico e serotonérgico alterando respostas comportamentais. No tronco encefálico estão localizados os núcleos da rafe que contém neurônios secretores de serotonina (5-HT). Este neurotransmissor, juntamente com os seus receptores são responsáveis pela modulação comportamental no controle alimentar, do humor, no ciclo sono e vigília, termorregulação e sensibilidade à dor. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo mostrar os efeitos do uso crônico do etanol na morfologia dos núcleos da rafe em camundongos adultos jovens. O presente estudo teve como objetivo analisar as alterações morfológicas dos núcleos dorsal e mediano da rafe através de métodos imunoistoquímicos, morfométricos e estereológico. Houve diminuição da área (p<0,0001), diâmetro (p<0,0006), perímetro (p<0,001) e volume (p<0,008) no núcleo dorsal da rafe, mas não no núcleo mediano da rafe. Estes dados estão de acordo com a literatura atual, no qual apontam uma íntima relação entre o sistema 5-HT e o alcoolismo, onde o álcool interfere diretamente no metabolismo dos neurônios 5-HT.