INVESTIGAÇÃO DO PAPEL DE RECEPTORES DO TIPO 5-HT7 DA SUBSTÂNCIA CINZENTA PERIAQUEDUTAL DORSAL NA MODULAÇÃO DE COMPORTAMENTOS RELACIONADOS À ANSIEDADE E DEPRESSÃO
Ansiedade, depressão, receptor 5-HT7, PAG, labirinto em cruz elevado, nado forçado.
Os Transtornos do humor e do comportamento compreendem o quadro de transtornos mentais mais comuns do presente século. A depressão é considerada uma das psicopatologias mais prevalentes e também uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo. Já os transtornos de ansiedade, são os mais prevalentes de todos os diagnósticos psiquiátricos, no entanto, estão entre os mais comumente subdiagnosticados e subtratados. Os mecanismos encefálicos que estão por trás dessas patologias não estão completamente esclarecidos. Por isso estudo pré-clínicos em modelos animais experimentais são de grande importância para se conhecer mais da neurobiologia dessas doenças. Dentre os sistemas de neurotransmissão envolvidos na expressão de comportamentos relacionados à ansiedade e depressão, o sistema serotoninérgico tem sido amplamente estudado. Assim, considerando a presença do receptor de serotonina do tipo 7 (5-HT7) presente em várias estruturas cerebrais, o presente estudo investigou se a administração de um agonista deste receptor na porção dorsal da substância cinzenta periaquedutal (DPAG), alteraria as respostas comportamentais relacionadas a ansiedade e a depressão em modelos animais. Para testar esta hipótese, ratos Wistar (90±95 dias) foram submetidos à cirurgia estereotáxica para implante de cânula-guia, e, após sete dias, receberam administração de veículo (Salina + DMSO) ou intra-DPAG do agonista AS-19 nas doses de 0,05, 0,1 e 0,2 μg. Cinco minutos após a administração, os animais eram levados a uma sala e submetidos aos testes de medição comportamental, começando pelo labirinto em cruz elevado (LCE). Vinte e quatro horas depois, estes mesmos animais passaram pelo teste do campo aberto e quarenta e oito horas depois do teste do campo aberto, ao teste do nado forçado. Considerando nossas condições experimentais, os resultados parciais desse estudo mostram que em nenhuma das doses, o agonista promoveu resposta comportamental relacionada à depressão, no entanto, na dose de 0,1 μg, o AS-19 diminui a porcentagem de entradas nos braços abertos do LCE, sugerindo um efeito do tipo ansiogênico.