PROJETO DE LETRAMENTO A SERVIÇO DA DESCONSTRUÇÃO DO HIATO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA
Projetos de letramento; Letramentos escolar e familiar; Diários de leitura.
A ausência da família no acompanhamento escolar das crianças acrescida de uma reflexão sobre a utilidade do ensino de Língua Portuguesa, nos moldes tradicionais, para essa geração causa-nos inquietação. Essa falta de suporte às demandas acadêmicas dos filhos tem ocasionado, por vezes, dificuldades quanto à superação de obstáculos na aprendizagem de leitura e escrita durante a primeira fase do ensino fundamental. Favorecendo, na melhor das hipóteses, sérios comprometimentos de ordem cognitiva e psicológica dos alunos. Isso nos desafiou a buscar mecanismos estratégicos que pudessem atenuar os efeitos da problemática em questão mediante a proposição de uma intervenção. Nesse sentido, objetivamos investigar em que medida o desenvolvimento de um Projeto de Letramento pode contribuir para a desconstrução do hiato entre família e escola, bem como motivar os alunos, participantes da pesquisa, frente a novas práticas de leitura e de escrita. Sendo assim, concentramos esforços para que os alunos, tendo como coadjuvante a família, pudessem protagonizar e ressignificar a escrita a partir das situações vivenciadas e registradas no Diário de leitura. Trata-se de uma investigação do tipo Pesquisa-ação (THIOLLENT, 2011; GIL, 2002; GARCIA, 2009) de abordagem qualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 1994), tendo como participantes os alunos do 5º ano da escola Municipal Bezerra de Meneses, da rede municipal de Teresina/PI e a professora da turma. Teoricamente, os aportes utilizados repousam na concepção do Letramento como prática social (KLEIMAN, 1995; 2000; SOARES, 1998; 2016; 2020; 2021; ROJO, 2009), bem como nos aportes estabelecidos por Oliveira, Tinoco e Santos (2014), no que diz respeito aos Projetos de Letramento. Em referência aos estudos sobre a família e escola, lançamos mão dos postulados de Szymanzki, (2003), Fraiman, (2019), e Patto (2002). O uso do gênero Diário de Leitura está fundamentado nos estudos de Machado (1998), Gunther e Pinheiro (2008), e Remédios (1996). De acordo com o desenvolvimento das atividades do projeto, concluímos que, havendo abertura por parte da escola, as famílias, em muito, podem contribuir para amenizar as dificuldades de aprendizagem dos alunos, não somente no aspecto da disciplina e frequência escolar como também no desenvolvimento de habilidades cognitivas e afetiva em prol da melhoria de suas práticas de leitura e de escrita. Estando assim, de fato, ancorados na parceria estabelecida por duas importantes agências de letramento: escola e família.