A DIDATIZAÇÃO DO GÊNERO CARTA DE LEITOR COM FOCO NA INTERAÇÃO: UMA PROPOSTA DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA
Produção de texto. Interação. Sequência didática. Carta de leitor.
Esta dissertação explana um estudo em que propusemos a didatização do gênero textual carta de leitor com foco na interação, pontuando a relevância dessa prática abrir perspectivas para que a produção textual escolar oportunize o encontro do aluno-escritor com um leitor, por meio da escrita. Como sabemos, na aula de Língua Portuguesa, as produções textuais têm se efetivado mais como atividade do que para estabelecer interação. Partimos do seguinte questionamento: quais conhecimentos o aluno deverá dominar para empregar na escrita que se propõe como interação no processo de didatização de um gênero textual? Nesse sentido, reconhecemos a prática de ensino que prepara o aluno disponibilizando saberes que o oriente na produção de textos que circulará socialmente, tendo um leitor para os seus textos. Apontamos como objetivo geral investigar o texto produzido pelo aluno no gênero carta de leitor. Esse gênero foi escolhido para atestar a meta investigada com base nos postulados de autores distribuídos de acordo com os tópicos que constituem a fundamentação teórica apresentada no segundo capítulo deste trabalho. Assim, no tópico Concepções de escrita, explanamos os postulados de Koch e Elias (2017), Pietri (2007) e Serafini (2003); no tópico Linguagem e Comunicação, referenciamos pautado no que expressam Koch (2013), Brito (1984) e Serafini (2003); no tópico A prática da escrita no cotidiano social e escolar, citamos Antunes (2003), Cavalcante (2008) e Paz (2010); no tópico Avaliação e aprimoramento de texto, fundamentamos a partir das afirmações abordadas por Abaurre e Abaurre (2012), Ruiz (2010) e Serafini (2003); no tópico A escrita do gênero carta de leitor, fazemos usos do que asseveram Alves Filho (2011), Bezerra (2005) e Costa (2018) e no tópico A didatização da escrita escolar, sistematizamos o que postulam Antunes (2014), Arcoverde e Arcoverde (2007), Faraco (2008), Gurgel (2018) e Neves (2006), dentre outros autores. Na execução da intervenção, utilizamos uma sequência didática amparando-nos no que dizem Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), na pretensão de efetivar a concepção de escrita que apontamos como proposta desse nosso trabalho. A pesquisa se pauta nas orientações da Linguística Aplicada representada, neste trabalho, pelos estudiosos Rojo (2006) e Moita Lopes (2006). Também é qualitativa por se tratar de uma investigação voltada para os aspectos qualitativos de uma situação-problema (BOGDAN; BIKLEN, 1994), (BORTONI-RICARDO, 2008) e (GUERRA, 2014) e do tipo pesquisa-ação ao permitir que o pesquisador intervenha dentro de um problema social e aprimore a sua área de trabalho, no caso, na sala de aula, precisamente na modalidade da língua escrita. O público participante da pesquisa são alunos do 7º ano do EF de uma escola pública do município de Tenório-PB. Como resultado, observamos que há condição do aluno usar a escrita para interagir por meio dos seus textos ao empregar, com adequação, conhecimentos linguísticos, enciclopédicos, textuais e interacionais na sua produção textual, como orienta Koch e Elias (2017). Para isso, a carta de leitor foi escolarizada, além das possibilidades de escrita que se vinha efetivando em contexto escolar, orientando e oferecendo ao aluno, um espaço para a sua publicação, partindo de a sala de aula até chegar a outras dimensões, por meio de suportes como blog, jornal e revista usados como produto final da pesquisa.