“Quem sou eu?”: Uma (re)construção do sujeito por meio da narrativa autobiográfica
Interação; Escrita/oralidade; Narrativa autobiográfica; Proposta de Caderno Didático
Como já é do conhecimento de todos, no cenário atual da educação nesse país, é dever da escola contemplar questões relacionadas ao meio em que o aluno está inserido de modo que este seja capaz de interagir consigo mesmo e com os outros, de forma participativa, no sentido de transformar-se e transformar o meio em que vive, valorizando-se e valorizando esse espaço e todos os outros por onde circula no sentido de conviver bem socialmente. Partindo desse pressuposto, é que surgiu a motivação para a elaboração desse projeto de pesquisa uma vez que se percebeu que, em sala de aula (nesse caso, numa turma de 9º ano) boa parte dos alunos apresenta certas limitações no que diz respeito à maneira de como se relacionar bem. Isto é perceptível, principalmente, porque o aluno sente uma imensa dificuldade de falar de si mesmo, de demonstrar suas emoções e, consequentemente, de relacionar-se de forma livre e aberta consigo mesmo e com as outras pessoas com as quais convive diariamente, inclusive no ambiente escolar. Nessa direção, este projeto, moldado na pesquisa qualitativa e caracterizado a partir da abordagem da pesquisa-ação, tem como pretensão buscar possíveis alternativas no sentido de desenvolver a competência comunicativa dos alunos para que possam, promovidos pelo uso da linguagem, melhorar seu relacionamento interpessoal facilitando assim o envolvimento e participação destes tanto na sala de aula quanto na sociedade. Para o cumprimento desse objetivo, optamos pela confecção e aplicação de um material didático interventivo cujo suporte configurou-se num caderno pedagógico, materializado através da narrativa autobiográfica e desenvolvido a partir de uma sequência didática estruturada em quatro etapas sequenciadas. Para tanto, este estudo fundamenta-se a partir da concepção sociointeracionista proposta por Bahktin (1981, 1992) e Vigotski (2008, 2012) e pelas contribuições dos estudos de Schneuwly e Dolz (2004), Marcuschi (2005, 2008) e outros autores.