Banca de DEFESA: GUILHERME LUCAS DE OLIVEIRA LIMA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GUILHERME LUCAS DE OLIVEIRA LIMA
DATA : 16/08/2019
HORA: 08:00
LOCAL: sala RUTE, no 3º andar do prédio administrativo do HUOL/UFRN
TÍTULO:

A NEUROFOBIA NOS ESTUDANTES DE MEDICINA DA UFRN:

Um estudo com métodos mistos


PALAVRAS-CHAVES:

Educação médica; Estudantes de Medicina; Neurologia; Fobia; Professores de Medicina; Ensino superior; Currículo.


PÁGINAS: 93
RESUMO:

Introdução: A crescente prevalência de doenças neurológicas impõe a necessidade de formação de médicos capazes de prestar o atendimento inicial a essa população. O sentimento de incapacidade ao atender pacientes neurológicos e de medo frente à neuromedicina (ramo que estuda a neurociência, neurologia e neurocirurgia) estão presentes entre estudantes e médicos de longa data, o que suscitou o uso do termo “neurofobia” há 25 anos. Objetivos: Diagnosticar a neurofobia, compreender seu desenvolvimento nos estudantes de medicina da UFRN-Natal-RN e propor medidas transformadoras do ensino-aprendizagem da neuromedicina. Método: Um estudo misto explanatório, com uma fase quantitativa seguida da qualitativa, foi aplicado aos 600 estudantes do curso de medicina da instituição. Na fase qualitativa, um instrumento eletrônico avaliou as percepções sobre a neuromedicina em escala Likert de 5 níveis. Os itens versavam sobre o nível de conhecimento, confiança (na resolução de problemas), interesse, dificuldade para com a neuromedicina, importância para a formação generalista e medo atual do conteúdo, no momento da pesquisa. O grupo neurofóbico representou os estudantes que se auto-avaliaram com níveis de medo em 4 ou 5. As médias ponderadas dos itens Likert mostram tendências: positiva(>4), neutra (entre 3 e 4), e negativa (<3), exceto para dificuldade e medo. A análise estatística descritiva e comparativa dos grupos foi realizada de acordo com as categorias de variáveis e calculou-se a correlação linear entre a neurofobia e os critérios independentes, permitindo associações e correlações dos fatores envolvidos na neurofobia com nível de significância p<0,05. Na fase qualitativa, participaram do Grupo Focal oito estudantes e cinco entrevistas foram integradas ao corpus com intuito de atingir a saturação. A transcrição permitiu análise de conteúdo temática categorial de acordo com Bardin e Minayo. A triangulação dos métodos quanti e qualitativos foi realizada. Resultados: Na fase quantitativa, 215 instrumentos foram completos, a prevalência geral da neurofobia foi de 41,9% (n=90), com crescimento ao longo do curso. A média ponderada dos níveis de conhecimento, confiança, interesse, dificuldade, importância e medo foi, respectivamente, 2,31; 2,00; 3,57; 3,69; 4,39 e 2,97. Houve uma correlação positiva de 36% entre a neurofobia e a percepção de dificuldade, e correlação negativa de 49% para o interesse. O grupo neurofóbico percebeu mais dificuldade, menos conhecimento, menos confiança e menos interesse em neuromedicina do que o grupo não-neurofóbico. Na fase qualitativa, as falas sugeriram uma visão preconcebida que pode estar associada à imaturidade do estudante, e ambas corroboram a percepção negativa frente à neuromedicina no início do curso. Além da origem precoce da neurofobia, há uma tendência de seu agravamento que parece decorrer das metodologias aplicadas: no início do curso, que não priorizam a contextualização e, ao longo do curso, ao expor conteúdos específicos e de pouca relevância ao médico generalista. Ademais, o modelo curricular em disciplinas tende a diminuir a integração dos conteúdos e dos professores. As propostas de melhoria versaram na adequação do professor como protagonista da integração curricular e a aplicabilidade da neuromedicina no contexto geral. Considerações finais: A neurofobia está presente entre os estudantes de medicina da UFRN. Ela está mais relacionada às percepções de alta dificuldade e baixo interesse em neuromedicina. Mudanças no perfil de ensino tradicional para uma aprendizagem significativa adaptativa, com metodologias ativas de aprendizado em um currículo neuromédico integrado, focado na formação generalista, são as propostas dos estudantes para mitigar a neurofobia.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - BRUNO LOPES DOS SANTOS LOBATO - UFPA
Interno - 1369275 - CLECIO DE OLIVEIRA GODEIRO JUNIOR
Presidente - 2172036 - MARIA JOSE PEREIRA VILAR
Notícia cadastrada em: 31/07/2019 13:50
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