INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL GENERATIVA E FORMAÇÃO EM PESQUISA: possibilidades e limites éticos na elaboração de TCCs de licenciandos/as em Música de uma universidade pública brasileira
Formação em pesquisa, Educação Musical, Inteligência Artificial Generativa.
Considerando os frequentes relatos da comunidade acadêmica sobre o uso de Inteligência Artificial Generativa (IAGen), a sua crescente integração em ambientes digitais e o contexto de ascensão de uma cultura da desinformação que vivemos, esta pesquisa exploratória tem o objetivo de investigar possibilidades e limites éticos de sua inserção na escrita acadêmica. Trata-se de uma pesquisa-ação realizada com quatro concluintes de um curso de Licenciatura em Música brasileiro, que receberam supervisão e orientação para o uso ético dessas ferramentas na elaboração das suas monografias. Após trazer os resultados do levantamento diagnóstico, que revelaram um panorama bastante amplo de desafios no contexto de formação em pesquisa da instituição, passo a descrever e analisar os principais usos de IAGen feitos pelos/as quatro colaboradores/as, com reflexões sobre o desenvolvimento de seus trabalhos e as ações adotadas em resposta aos desafios observados. Suas interações com as ferramentas utilizadas apontam para interações ligadas à concepção da pesquisa, busca por referências, sugestões de escrita e aspectos metodológicos, tendo como característica principal a falta de profundidade e detalhamento, limitando-se a prompts (comandos) isolados - com pouco ou nenhum diálogo para o refinamento das respostas. Embora possa vislumbrar interessantes possibilidades nas aplicações exploradas durante este estudo para o contexto de formação em pesquisa, penso que a sua inserção de forma acrítica e não-monitorada na escrita de graduandos/as pode comprometer os processos de orientação e o desenvolvimento do seu pensamento crítico-reflexivo.