CASA ESCRITA MUNDO: a movênciados “TruePoems” de Emily Dickinson
Poesia. Emily Dickinson. Feminismo. Tradução. Claustro.
A literatura é capaz de provocar transformações históricas em vários contextos políticos e sociais. As obras literárias possibilitam a releitura dos conceitos misóginos que experimentamos. O objetivo geral desta pesquisa é contribuir para a desconstrução da ideia de que a reclusão da mulher, na condição de dona de casa e privação à educação, é esclarecidamente benéfica. A tradição do claustro doméstico adoece, tortura e mata. Especificamente, pretende-se refletir sobre as especulações feitas a respeito da condição do claustro de Emily Dickinson. O objeto deste estudo consiste da poesia de Emily Dickinson e sua tradução para o português brasileiro como instrumentos de análise. Considerando que a obra de Dickinson é volumosa, precisaremos fazer recortes, discutindo alguns poemas relevantes ao tópico de cada capítulo. Este projeto busca discutir a condição do claustro em sua casa, a escrita como veículo de fuga e a expectativa de que sua obra alcançasse um público de leitores vanguardistas no futuro. Um movimento que parte de casa, utiliza-se da escrita como transporte de fuga para viajar pelo mundo. Este estudo discorre sobre tais questões por meio da análise feminista da estrutura e tradução dos poemas selecionados. Para tanto, busca embasar-se nas considerações críticas de Nísia Floresta, especialmente naquelas das obras “Direitos das Mulheres e Injustiça dos Homens” e “Opúsculo Humanitário”, que discutem a posição da mulher na sociedade, partindo de uma perspectiva feminista no século XIX. Já no que diz respeito à estrutura dos poemas, este estudo fundamenta-se nas análises de Rebecca Swift e Judy Jo Small. E, por fim, propomos utilizar as escolhas de tradução e considerações feitas pelo tradutor José Lira.