A CONSTRUÇÃO COM OS VERBOS DE PERCEPÇÃO VER E OLHAR
Verbos de percepção. Estrutura argumental. Linguística Funcional Centrada no Uso. Gramática de Construções.
Este trabalho consiste na identificação dos padrões de estrutura argumental em que os verbos de percepção ver e olhar podem ocorrer. Objetiva-se, especificamente, examinar a configuração argumental dos verbos ver e olhar, agrupando-os pelo tipo de estrutura argumental que manifestam, determinar os casos semânticos dos argumentos expressos na oração, analisar aspectos morfossintáticos e discursivo-pragmáticos dos argumentos desses verbos e verificar se há relação entre um dado tipo de estrutura argumental e o gênero discursivo. Quanto aos procedimentos metodológicos, o trabalho envolve tanto aspectos quantitativos (relativos à frequência de uso dos padrões identificados) quanto qualitativos (relacionados às motivações cognitivas e sociointeracionais implicadas no uso). O banco de dados tomando como fonte para análise é o Corpus Discurso & Gramática: a língua falada e escrita na cidade do Natal (FURTADO DA CUNHA, 1998), bem como o Banco Conversacional de Natal. A pesquisa fundamenta-se nos pressupostos defendidos pela Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU), ou Linguística Cognitivo-Funcional (Cognitive-functional Linguistics), defendidos nos termos de Tomasello (1998) e Furtado da Cunha, Bispo e Silva (2013), bem como agrega contribuições de representantes do modelo da Gramática de Construções (GC), a exemplo de Goldberg (1995; 2006) e Traugott e Trousdale (2013). Após análise preliminar dos resultados, constatou-se que há diferenças entre a moldura semântica virtual de um verbo e suas ocorrências reais, assim como há divergências entre fala e escrita, ou seja, os verbos de percepção formam um grupo heterogêneo.