MORNAS ERAM AS NOITES: LEITURAS DE CONTOS DE DINA SALÚSTIO EM SALA DE AULA
Literatura cabo-verdiana. Lei 10.639/2003. Inclusão. Educação antirracista. Dina Salústio
A presente Dissertação aborda os impactos da implementação e consolidação da Lei 10.639/03 nas escolas, bem como apresenta os resultados de uma intervenção realizada em sala de aula com a obra da escritora cabo-verdiana, Dina Salústio. A pesquisa interventiva teve como objetivo analisar alguns contos da autora citada e seguiu o modelo de sequência básica de Cosson (2014). Foi desenvolvida e realizada com alunos dos 9º anos do Ensino Fundamental de uma escola da rede pública municipal de Nísia Floresta – RN. A proposta de intervenção nos permite incorporar na sala de aula uma literatura rica em emoções e consciência sobre as experiências das mulheres negras. A intervenção atenta para uma educação que discorre sobre diversidade, democracia e antirracismo. Examinamos além da legislação vigente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a evolução desse tema ao longo dos anos, as possibilidades de alteração e de que maneira esses assuntos estão sendo introduzidos nas práticas educacionais. A metodologia usada neste trabalho é a de analise qualitativa e terá com referenciais de análise, além da SB de Cosson, o Método Recepcional (BORDINI; AGUIAR, 1988), os quais fornecem ao aluno a orientação essencial para que ele aprimore sua habilidade de leitura e sua subsequente autonomia de escolha e análise crítica por meio da recepção e ampliação de seus orizontes de expectativas. Teoricamente, embasamos nossas reflexões em Munanga (2020), Candido (1995), Todorov (2007), Jauss (1994), Lajolo (1994, 2011 e 2018), dentre outros, no sentido de ampliar as concepções de Literatura e ensino a partir da pesquisa em caráter de intervenção na sala de aula, e da recepção da leitura do texto literário. Ainda para os estudos que analisam as narrativas das Literaturas Africanas e as questões voltadas também para o ensino, tomamos com norte as pesquisas de Fanon (2008), Dias (2005), Costa (2010), Escanfella (2007), Bejamin (2006), Cavalleiro (2001), Praxedes e Praxedes (2014) e Chaves (2009). Esta pesquisa corrobora de forma significativa a promoção da Educação Antirracista, especialmente, no contexto escolar do Ensino Fundamental.