O PIO DA CORUJA, “FITO NA VIDA” E DESTINO: NO RASTRO DO TRÁGICO EM S. BERNARDO
Romance; S. Bernardo; Trágico; Moderno; tragédia
A tragédia nasceu no berço da literatura ocidental e muitos filósofos e críticos da área da literatura se dedicaram ao estudo do trágico na Grécia Antiga. Esse gênero estava ligado ao culto religioso e uma cultura fechada. Contudo, com o advento da modernidade e as mudanças históricas e culturais,houve transformações tanto no conteúdo como na forma, cada época tentou revitalizar a tradição e os conflitos humanos passam a ser pintados de formas artística em outros gêneros. Nesse percurso, o herói nobre dependente das forças divinas sai de cena e dá lugar a uma pessoa comum que é senhor do próprio destino, mas dependente das forças sociais. Sabendo que muitos desses aspectos ainda geram discussões na atualidade, este estudo propõe uma análise do romance S. Bernardo, de Graciliano Ramos, com o objetivo de evidenciar as manifestações do trágico nesse romance, que partem da própria realidade da época em que a obra foi escrita e do modo como cada personagem age ou reage diante das situações concretas cotidianas. Assim, na busca da peculiaridade do sentido trágico, a nossa atenção volta-se para configuração do trágico, com enfoque no conflito nas diferenças de classes visto na figura de Paulo Honório e Madalena. Para fundamentar essa pesquisa, foi necessário recorrer aos estudosteóricos de Georg Lukács, Wiliam Raymond, Norton Frye, Carlos Nelson Coutinho e Sônia Brayner.