FRAME MORAL EM “A VIDA INVISÍVEL DE EURÍDICE GUSMÃO” ATRAVÉS DO USO DE METÁFORAS DE BEM-ESTAR
Frames, Frame Moral, A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, Linguística Cognitiva, Política
Uma gama de debates políticos têm surgido na sociedade brasileira com a ascensão de partidos políticos de propostas opostas e a chamada polarização das mentes tem se mostrado um dos mais complexos problemas que enfrentamos atualmente. De acordo com Lakoff (2008), essa divisão acontece, primeiramente, em nossas mentes, já que “Quase tudo que entendemos do discurso público não está nas palavras em si, mas no entendimento inconsciente que nós trazemos às palavras”. Para entender a política e suas consequências sociais, precisamos, antes, entender o que ocorre nos nossos cérebros ao ouvirmos um discurso político, e frames são uma porta para compreendermos esse sistema, tendo em vista que eles estruturam nossos pensamentos, desenvolvem nossos ideais políticos e, por fim, nos fazem decidir em quem votar. Os frames, portanto, são a base da nossa política. Há, no entanto, um tipo específico de frame comum a noção de política, sendo esse o frame moral. Para entendermos como o frame moral funciona, precisamos compreender como nosso cérebro estrutura o que entendemos por moral através da primeira instituição da qual fazemos parte: a família. Por esse motivo, esse trabalho se propõe a analisar o livro contemporâneo “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, para compreender como a autora estrutura os frames morais que guiam as personagens do romance. Para tanto, as metáforas de bem-estar (Lakoff, 2008) são usadas como base para análise, com o objetivo final de apresentarmos um modelo de família tradicional brasileira de classe média que representa os preceitos conservadores, de modo a compreendermos como esse modelo de família influencia na nossa maneira de fazer política.