ENTRE LO TEMPORAL Y LO ETERNO: AUGUSTO ROA BASTOS E SUA NARRATIVA (NEO)BARROCA
Roa Bastos; barroco; neobarroco; literatura; El trueno entre las hojas.
No âmbito da literatura paraguaia, surge uma figura de destaque, tanto do ponto de vista da voz literária quanto do da política, que, por meio de sua narrativa, consegue emergir a dor do povo paraguaio, as muitas guerras que assolaram o país, a quase escravidão a que os agricultores das plantações de erva mate se submetiam, a violência sofrida pelo povo, vítima do sistema político de um país que permaneceu por muitos anos sob a ditadura. Essa voz é a de Augusto Roa Bastos. Esta dissertação tem por objetivo pesquisar a obra El Trueno entre las hojas, composta por 17 contos e precedida de uma epígrafe indígena que conduz as narrativas, tecendo-as de tal forma que os contos se ligam por meio de seus personagens e de suas histórias. Com esta investigação busca-se analisar e constatar a articulação da história com a literatura, observando que a vida, a obra e a história do Paraguai se ligam por meio do discurso narrativo de Roa Bastos. Além disso, esta pesquisa pretende também observar as características (neo)barrocas contidas nas linhas do corpus escolhido, de forma que essas se tornem evidentes, principalmente, no processo de assimilação do barroco num retorno “doloroso”, expressando o “luto cultural” dos negros e índios da América Latina. Por meio de uma metodologia de cunho bibliográfico, esta dissertação tem como aporte teórico as reflexões de Irlemar Chiampi, Severo Sarduy, Lezama Lima, Rafael Barrett, Hugo Rodríguez Alcalá, Josefina Plá, Bartolomeu Meliá, entre outros.