A ESCRITURA QUE SE FAZ COM O OUTRO: Diálogo e Transferências Culturais entre Machado de Assis e Madame de Staël
Madame de Staël; Machado de Assis; Diálogo; Transferências Culturais.
Esta pesquisa, inserida na perspectiva metodológica das transferências culturais, a partir de Michel Espagne (2017), visa verificar a recepção machadiana das ideias de Madame de Staël (1766-1817) em trânsito no século XIX. A partir das noções de cruzamento, assimilação e ressemantização e nos debruçando sobre os recentes resultados do projeto sobre a circulação transatlântica de impressos (ABREU, 2016), (GRANJA; LUCA, 2018) e (PONCIONI; LEVIN, 2018), e as pesquisas do Dossiê “Trânsitos, trocas e transferências culturais” (XAVIER; AUGUSTI & MOLLIER, 2019), analisamos as menções (SENNA, 2008) a Madame de Staël em escritos de Machado de Assis na tentativa de delinearmos o cruzamento de ideias entre os dois autores. Para tanto, recorremos a fontes como periódicos, catálogos de livreiros, catalogação da biblioteca de Machado de Assis (MASSA, 1961), anúncios de venda de livros e leilões de obras e escritos gerais de intelectuais cariocas do oitocentos, de onde confirmamos a presença de obras e ideias de Mme. de Staël em circulação no Brasil. A pesquisa mostrou a afinidade literária entre a escritora franco-suíça e o autor brasileiro, dada a presença comprovada de alusões a baronesa de Staël em diversos segmentos da escritura machadiana: na ficção, nos textos críticos e em cartas.