Argumentação e ensino: revisão teórica e perspectivas de aplicação
Teoria da argumentação;Construção do argumento; Ensino.
O tema deste trabalho é o ensino da argumentação, aqui concebida como uma maneira de responder a um acontecimento de mundo, independente do poder da linguagem para mudá-lo ou invertê-lo, e como um meio de continuar a formação do aluno para a vida real a partir de seu sistema de crenças e propósitos disciplinares. O ponto de partida para pensarmos nisso foi o fato de entendermos que não se pensa em uma concepção particular de argumentação quando se discute o tema no contexto do ensino. O objetivo, portanto, é propor uma teorização que responda a essa demanda e possa oferecer uma forma mais eficiente às exigências de aplicação didática. Apresentamos, no capítulo 1, a concepção de argumentação que estamos propondo. No capítulo 2, retomamos algumas das principais abordagens teóricas sobre a argumentação na medida em que propomos também que essas abordagens têm potencial para alterar a forma como a argumentação é ensinada: Aristóteles (1991), Kenneth Burke (1966;1969), Perelman e Tyteca ([1958], 2014), Toulmin ([1958] 2006) e na Teoria da Stasis ([1943] 2009). Por meio de uma adaptação de experiências em salas de aula americanas, apresentamos no capítulo 3, uma proposta que pode servir de referência para os professores durante o planejamento de suas aulas. A ideia é a de que o ensino da argumentação, segundo essa perspectiva, estimule o pensamento dos alunos sobre o mundo, para ajudá-los a aprender a compreender o julgamento de suas próprias ideias, bem como das dos outros, para testá-los de forma suficiente no que concerne ao rebate de ideias opostas e respeitar o resultado desta combinação.