Juventudes, tribos e papéis profissionais: discursos acerca de uma escolha.
Juventudes. Tribos. Mundo do trabalho. Linguagem. Narrativas.
Construídos discursivamente como conflituosos, rebeldes e problemáticos, como sujeitos que se apresentam como indefinidos, haja vista que não são mais crianças e nem ainda adultos; mas vistos também como sinônimo de beleza, força, ousadia e vitalidade, os jovens vivenciam momentos diversos em sua vida, inclusive a incompreensão pela sociedade de suas especificidades. Assim, esta tese tem como intuito compreender o discurso do jovem acerca do seu papel profissional no mundo do trabalho. Para tanto, consideramos os estudos acerca da juventude e suas maneiras distintas de pensar. Compreende-se, aqui, que não há uma juventude, mas juventudes, visto que os jovens não experienciam a vida da mesma maneira, portanto, só se pode pensar em juventudes, no plural, variando de acordo com os modos de vida, oportunidades, maneiras de ser. Para tanto, usaremos o que dizem Abramo (2005), Pais (2015), Novaes (2012), dentre outros, sobre os jovens e suas maneiras de vida em sociedade; o que fala Maffesoli (2014) acerca da organização social em tribos e seus elementos constituintes; e a discussão feita por Antunes (2004, 2009), que trata da crise do capital e das transformações promovidas por ela no mundo do trabalho. Por entender a pesquisa como uma ação responsiva, e, neste caso, uma resposta a alguns silêncios, pensa-se a relação pesquisador e pesquisado a partir do entendimento da linguagem numa perspectiva dialógica, cuja unidade de análise é o enunciado (BAKHTIN, 2009, 2003, 2016). Assim,esta investigação se localiza na área da Linguística Aplicada, e se caracteriza como qualitativa, interpretativista, tendo em vista que se interessapelas especificidades. Como resultados, temos que os jovens estudantes se constituem como participantes de uma, dentre muitas possibilidades de juventudes, pertencem a tribos distintas, inclusive a escolar e a do terceiro ano do Ensino Médio. Além disso, suas narrativas indicam que suas escolhas pautaram-se, em sua maioria, na ajuda as pessoas, característica do viver em tribo; e na questão financeira, resposta ao capital.