A CONFIGURAÇÃO DO NEORREGIONALISMO BRASILEIRO
Neorregionalismo; Narrativa; Literatura Brasileira; História da Literatura; Autores Neorregionalistas
Este estudo tem como objetivo analisar a configuração literária do neorregionalismo brasileiro, em observância de alguns dos elementos para base da categorização a autonomia feminina nas obras e a predominância não mais do espaço rural, mas sim urbano. Destaca-se que a maior parte desses romances neorregionalistas segue a tônica da escrita memorialista como fator de resistência e memória dos aspectos regionais no tocante a sua valorização. Utiliza-se para estudos da caracterização do neorregionalismo brasileiro as obras Beira Rio, Beira Vida; A Filha do Meio-Quilo; Pacamão de Assis Brasil - Sombra Severa; Somos Pedras que se Consomem; Ao Redor do Escorpião uma Tarântula? de Raimundo Carrero - Relato de um certo oriente; Dois Irmãos e Cinzas do Norte de Milton Hatoum - Coivara da Memória; Cartilha do Silêncio; Os Desvalidos de Francisco Dantas, Galiléia e Estive lá fora de Ronaldo Correia de Brito. Pretende-se analisar como o regionalismo surgiu e se desenvolveu em conflito com a modernização; como o neorregionalismo se constitui um fenômeno urbano; como as personagens femininas no neorregionalismo se vestem de autonomia ao contrário das obras anteriores; como a escrita memorialista atua como fator de resistência na valorização da cultura regional. A presente pesquisa caracteriza-se, essencialmente, como bibliográfica. Utilizando-se como base os seguintes autores: Araújo (2010), Bachelard (1993), Bakhtin (2011), Bueno (2006), Candido (2000), (2006), Chiappini (2014), Williams (1989). Buscou-se, primeiro, a fundamentação necessária para caracterizar essa nova tendência literária brasileira. Em seguida, a análise da autonomia feminina para configuração do neorregionalismo brasileiro. Na terceira parte, abordamos o espaço como elemento não só de composição de análise para a comprovação do neorregionalismo, mas, principalmente, como agente de relevante contribuição para o desenvolvimento das experiências dos personagens, em especial as femininas. E por último, os estudos sobre a memória neorregionalista como instrumento de resistência à crescente globalização da cultura com sua homogeneização.