“O homem porno-gráfico: identidade inacabada em Glauco Mattoso”
Glauco Mattosso, Literatura, identidade
A pesquisa analisa a produção de Pedro José Ferreira da Silva (paulistano, 1951) - Glauco Mattoso. Poeta, cronista, ensaísta, tradutor, letrista, Mattoso integra uma geração de escritores que inova a produção literária no Brasil. A análise centra-se no inusitado romance, escrito em forma de 200 sonetos, “Raymundo Curupyra, o Caypora”, e aborda a relação da obra, seus personagens, enredo, temáticas e estilo formal com a tese da fragmentação identitária, tendo-se como referenciais teóricos Baumam (1998), Hall (2005) e Bernd (2011). A nova configuração do Masculino é também objeto da análise, partindo-se de autores como Badinter (1986), Hamburger (2007), Sontag (2008) e Campos (2012). Também abordar-se-á a temática da Descolonização, tal como proposta por Fanon (1979) e Memmi (1997). A partir da desconstrução dos estereótipos de homens, do multi-facetamento do machismo na sociedade atual, que Identidade Masculina permeia a escrita de Mattoso? Em que medida a teoria da Descolonização se aproxima da sua poética? Que noções e conceitos, formas e conteúdos podem-se apreender de sua temática? Que mecanismos culturais justificam a subversão da poesia marginal em Glauco Mattoso? Pretende-se analisar, também, a compreensão da “imagem de macho”, na constituição da voz narrativa; reconhecer os mecanismos culturais de subversão da poesia marginal em Mattoso; pesquisar que referenciais de “macho”, “homem” “virilidade social” permeiam sua poética; evidenciar a postura de revolução cultural desencadeada na forma de sua produção poética. E ainda: verificar o diálogo do poeta com outras temáticas relacionadas à Identidade Masculina e até que ponto o seu “porno-grafismo” deixa de ser apelativo para apresentar rigor formal e qualidade estética, ao ponto de fazer do escritor um dos ícones da escrita marginal brasileira.