O NOVO ROMANCE LATINOAMERICANO: construções narrativas, discursivas, históricas e ficcionais no Romance LA FIESTA DE CHIVO de Mario Vargas Llosa.
Composição. Memória. Personagem. Romance.
A presente pesquisa busca conhecer e apresentar a obra La fiesta de Chivo, do autor latinoamericano Mario Vargas Llosa, por meio da análise da construção discursiva, espacial, temporal, histórica da obra e os elementos composicionais dos personagens protagonistas desse Romance. Nossos objetivos são analisar os componentes da obra em seus aspectos técnico-narrativos, as ideologias dominantes impregnadas no discurso dos personagens, o contexto histórico social da abordados na produção e os elementos ficcionais construídos a partir de uma determinada realidade concreta.
Em primeiro lugar, nos propomos a fazer a distinção entre os elementos da História e a construção ficcional que forjaram tal obra, atentando para os aspectos da escrita literária do autor, os referentes que conceituam seu trabalho, traços do trajeto ideológico que delinearam sua produção escrita. Em segundo, faremos uma análise, á luz da reconstrução memorialística dos espaços e das temporalidades presentes na obra, destacando-as como fio propulsor das ações que se concretizam na trajetória dos personagens. Veremos como as narrativas são convergidas para um mesmo objetivo de construir a realidade ficcional, a apropriação de elementos da realidade histórica para causar determinado efeito no leitor. Em terceiro, centralizaremos nossa atenção no protagonista da obra para dissecar as múltiplas representatividades desse personagem que move o romance e para cujo núcleo converge toda a narrativa. Desde sua própria concepção sobre si mesmo, como as leituras feitas dele pelos demais personagens que o cerca.
Por fim, faremos conjecturas teóricas sobre a criação literária de tal obra e o provável objetivo do autor de discutir as situações de países que passaram por arrasadoras ditaduras na América Latina. A obra ficcional apresentada serve-se de elementos composicionais da realidade histórica para discutir um presente que não parece ter se desvencilhado totalmente de um passado tenebroso. Nesse sentido, a obra romanesca se configura em uma das múltiplas maneiras que o escritor utiliza para deixar a narrativa em suspenso, aberta em alguns aspectos para que estudiosos acrescentem elementos de pesquisa ao amálgama da criação literária latinoamericana.